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A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro é considerada justa por 55% dos brasileiros, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira. Para 39% dos entrevistados, a medida é injusta, enquanto 6% não souberam ou preferiram não responder. O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto e tem margem de erro de dois pontos percentuais.

O apoio à prisão do ex-presidente é mais expressivo entre as mulheres, com 58% de aprovação, e entre os jovens de até 24 anos, com 59%. A medida também encontra maior respaldo entre os eleitores de baixa renda: 62% dos que ganham até dois salários mínimos a consideram justa, índice que cai para 47% entre os que recebem cinco ou mais salários.

As opiniões variam também de acordo com a religião dos entrevistados. Entre os católicos, 62% defendem a prisão domiciliar de Bolsonaro. Já entre os evangélicos, a maioria (57%) vê a decisão como injusta.

A Quaest perguntou ainda se os brasileiros acreditam que Bolsonaro participou do plano para tentar um golpe de Estado. Para 52%, ele teve envolvimento; 36% negam essa participação, e 10% não souberam ou não responderam.

O tema ganhou mais repercussão nas redes sociais após a divulgação, pela Polícia Federal, de mensagens trocadas entre Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro. Segundo a colunista Mônica Bergamo, apenas nas duas primeiras horas após a divulgação, o episódio gerou 122,5 mil interações e alcançou cerca de 22 milhões de pessoas, de acordo com dados da empresa de análise digital Datrix.

Eduardo foi descrito por internautas como “impulsivo” e “imaturo”, enquanto Bolsonaro teve sua autoridade questionada, com críticas do tipo “não é respeitado nem dentro de casa”. Quem se destacou no cenário digital foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, citado em quase 58% das publicações relacionadas à crise, geralmente sem críticas diretas.

Durante a tradicional Festa do Peão de Barretos, Tarcísio discursou ao lado dos governadores Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), segurando um boneco de Bolsonaro. Em tom emotivo, declarou: “Essa pessoa que fez tudo por mim, que me abriu portas e está passando por uma grande injustiça. Mas, se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça, e eu tenho certeza que a justiça chegará”.

Nos bastidores políticos, o nome de Tarcísio de Freitas já é apontado como certo para a disputa presidencial de 2026. Segundo o colunista Lauro Jardim, lideranças do Centrão afirmam que “não há mais dúvidas” de que o governador de São Paulo será o candidato do grupo, com apoio de partidos como União Brasil, PP, PL e Republicanos.

Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualmente na Itália. Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República no último dia 22, acusado de violação de sigilo funcional, coação, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, ele teria vazado informações sigilosas à imprensa e atuado para atender aos interesses de uma organização criminosa responsável pela propagação de notícias falsas contra o sistema eleitoral e contra a atuação do STF e do TSE.

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