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A Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, foi marcada por uma importante vitória para a diplomacia brasileira e para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro dia do evento terminou com a aprovação de uma declaração final consensual, após intensas semanas de negociação, refletindo a habilidade do Brasil em mediar as divergências entre os membros do grupo.

A declaração final, que foi concluída nas primeiras horas de domingo, teve poucas mudanças e abordou temas delicados, como a taxação de grandes fortunas e os conflitos internacionais, especialmente a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio. Em relação a esses assuntos, a solução encontrada foi uma menção às crises, sem condenações diretas à Israel e à Rússia. O texto ressalta o sofrimento humano e os impactos negativos das guerras, afetando a segurança alimentar, energética, inflacionária e o crescimento global.

Além disso, a declaração chama atenção para a situação humanitária em Gaza, com o pedido de um cessar-fogo imediato devido à crise catastrófica e a necessidade urgente de expandir a ajuda humanitária à região.

Embora tenha havido resistência, especialmente por parte da Argentina, que se opôs a algumas questões, como a taxação de grandes fortunas, a igualdade de gênero e a luta contra a desinformação, o país cedeu e se alinhou ao documento final. O presidente argentino Javier Milei deixou claro seu descontentamento com certos pontos, mas a Argentina também aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo presidente Lula. Essa aliança, a principal bandeira da presidência brasileira no G20, visa combater a fome e a pobreza global, com o apoio de 82 países, 24 organizações internacionais, e 31 instituições filantrópicas. Ao todo, foram anunciados US$ 25 bilhões em empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, além de US$ 100 bilhões em contribuições voluntárias.

Lula, ao abrir a cúpula, abordou as crises globais e destacou a crescente desigualdade entre o gasto em armamentos e o número de pessoas subnutridas no mundo. Ele criticou o gasto de US$ 2,4 trilhões em armamentos no último ano, enquanto 733 milhões de pessoas sofrem de fome, segundo a ONU. O presidente também usou a ocasião para criticar o governo de Jair Bolsonaro, mencionando o retorno do Brasil ao mapa da fome durante a gestão passada, com a promessa de erradicar essa condição até 2026.

A cúpula também teve seu momento simbólico, com a famosa foto de família dos chefes de Estado, porém Joe Biden (EUA), Justin Trudeau (Canadá) e Georgia Meloni (Itália) chegaram atrasados e não participaram da imagem oficial, com uma nova tentativa programada para o dia seguinte.

Análises da Imprensa:

  • Eliane Cantanhêde, do Estadão, destacou que a cúpula foi um grande momento de diplomacia e uma vitória para o Brasil. Ela acredita que a postura mais responsável e menos impulsiva de Lula nas negociações teve um impacto positivo.
  • Miriam Leitão, do Globo, ressaltou o sucesso da presidência brasileira no G20, destacando a Aliança contra a Fome como um exemplo de construção de consensos durante um ano de negociações intensas.

Este evento marca a importância crescente do Brasil no cenário global, com destaque para a diplomacia multilateral e para o compromisso do governo Lula com a luta contra a fome e a pobreza.

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