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O Brasil figura entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo, mas com uma característica que o diferencia de outras nações exportadoras: a baixa dependência da commodity em relação à sua economia. Embora o setor seja relevante — com R$ 325 bilhões arrecadados em 2023 —, o impacto sobre o PIB é inferior a 5%, e o petróleo representa apenas 16% das exportações brasileiras. Para efeito de comparação, esse índice chega a 90% na Nigéria, mais de 70% no Catar e na Noruega.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o Brasil é altamente competitivo em projetos offshore, com destaque para o pré-sal, combinando baixo custo de produção com grande volume de reservas. Isso coloca o país entre os líderes globais em termos de eficiência e potencial de exploração.

Petróleo forte, mas não dominante

Apesar da arrecadação expressiva, o petróleo não domina a economia brasileira como ocorre em outras nações exportadoras. O modelo diversificado de produção e exportação do país permite maior resiliência econômica frente às oscilações do mercado internacional da commodity.

Além disso, parte significativa da arrecadação do setor alimenta fundos públicos, como os royalties distribuídos a estados e municípios produtores, o que torna o setor relevante também para o equilíbrio das contas públicas subnacionais.

Liderança em energia renovável

Enquanto mantém sua posição de destaque no setor petrolífero, o Brasil também é apontado como referência mundial em energia renovável. Com uma matriz elétrica majoritariamente limpa, o país gera energia eólica e solar com um dos menores custos do mundo, o que contribui para a segurança energética e a competitividade da indústria.

Atualmente, mais de 80% da eletricidade gerada no Brasil provém de fontes renováveis, segundo dados da Aneel, incluindo hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa.

O desafio: transição energética equilibrada

Especialistas afirmam que o maior desafio para o Brasil nos próximos anos será equilibrar a segurança energética com uma transição energética justa e estruturada. A manutenção da produção de petróleo, especialmente em áreas de alta eficiência como o pré-sal, é vista como necessária para garantir abastecimento interno, arrecadação e investimento, enquanto o país avança em direção a um futuro com menor emissão de carbono.

“Não se trata de abandonar o petróleo da noite para o dia, mas de aproveitar sua competitividade para financiar a transição energética e investir em inovação”, afirma um especialista em políticas energéticas.

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