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O tabuleiro político em Brasília foi chacoalhado nesta semana com o anúncio da criação da maior federação partidária da Câmara dos Deputados. PP e União Brasil formalizaram união sob o nome provisório de União Progressista, somando 109 deputados federais e 14 senadores, o que representa um novo centro de poder na disputa por protagonismo nas eleições municipais e, principalmente, na corrida presidencial de 2026.

Apesar da força numérica, a superfederação nasce sob tensão. A promessa inicial era de um rodízio na presidência da federação, mas o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, exigiu ocupar o cargo inicialmente — uma posição que, segundo aliados, havia sido apalavrada para o deputado Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara. O impasse abriu fissuras internas e gerou ameaças de desfiliação em diversos estados, onde as duas siglas têm históricos de rivalidade.

Pelas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), federações obrigam os partidos a atuarem como uma única legenda por, no mínimo, quatro anos. Caso o acordo seja rompido antes do prazo, ambas as siglas ficam proibidas de formar novas federações com outros partidos por igual período, o que aumenta o custo político de qualquer eventual separação.

Enquanto isso, outro movimento de consolidação partidária avança com menos ruído. A executiva nacional do PSDB autorizou, por unanimidade, a abertura das negociações para uma fusão com o Podemos. A união, batizada provisoriamente de PSDB+Podemos, será votada em convenções nacionais marcadas para o dia 5 de julho. Caso aprovada, a nova legenda terá 28 deputados federais e sete senadores, aumentando sua relevância no Congresso e nas alianças regionais para 2026.

Com essas movimentações, o mapa partidário brasileiro se redesenha em ritmo acelerado. As federações e fusões, além de fortalecerem bancadas e estruturas eleitorais, são uma resposta direta à cláusula de barreira e à necessidade de sobrevivência política diante das regras mais rígidas do sistema eleitoral.

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