0

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar observadores para as eleições presidenciais da Venezuela, marcadas para o próximo domingo, em resposta às recentes declarações do presidente Nicolás Maduro. Maduro, que busca a reeleição, questionou a integridade das eleições brasileiras, afirmando erroneamente que o sistema eleitoral do Brasil não passa por auditoria. Em nota, o TSE afirmou que a decisão é uma reação às falsas alegações feitas por Maduro sobre as urnas eletrônicas brasileiras, que são, de fato, auditáveis e seguras. “Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral [CNE] daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, disse o TSE.

Em uma medida paralela, o governo venezuelano convocou embaixadores latino-americanos para uma reunião e apresentou pesquisas que indicam ampla vantagem para Maduro nas eleições. O governo também pediu que os representantes diplomáticos não se envolvam com a oposição liderada por María Corina Machado. Apesar das garantias de segurança técnica do sistema eleitoral venezuelano, questões de manipulação em pleitos passados ainda pairam sobre a credibilidade do processo.

Nicolás Maduro Guerra, filho de Maduro, afirmou que a vitória é praticamente garantida, e que o governo não possui pesquisas que indiquem uma possível derrota. “Se Edmundo [González] ganhar, entregamos e seremos oposição. Pronto. Meu pai não nasceu sendo presidente”, disse Guerra, acrescentando que os números apontam para uma vitória de Maduro por até 10 pontos percentuais. Outras pesquisas, no entanto, indicam que González tem 50% das intenções de voto.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, também minimizou a possibilidade de conflitos em caso de derrota de Maduro, garantindo que as Forças Armadas respeitarão o resultado das eleições. “Vamos esperar a decisão do povo transmitida através da CNE e pronto. Quem ganhou, que comece seu projeto de governo, e quem perdeu que vá embora descansar. Isso é tudo”, afirmou.

A poucos dias da votação, Maduro enfrenta crescente isolamento. O ex-presidente argentino Alberto Fernández, convidado pela CNE para observar o pleito, recebeu um pedido do governo venezuelano para não viajar ao país. Esse pedido foi interpretado como uma resposta ao apoio de Fernández às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a postura de Maduro. Em resposta, Maduro desdenhou das preocupações de Lula, sugerindo que ele “tome chá de camomila”.

Apesar das tensões, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, viajará para Caracas para acompanhar as eleições. A diplomacia brasileira considera que o apoio a Maduro no ano passado foi um movimento estratégico para normalizar o diálogo, com a expectativa de que o processo eleitoral seja conduzido de forma limpa e transparente.

Em Brasília, governador participa de debate sobre segurança pública com o Consórcio Nordeste

Artigo anterior

Apple Sob Investigação na Espanha por Práticas Comerciais Supostamente Injustas na App Store

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Brasil