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A Justiça distrital da Flórida emitiu nesta terça-feira (9) uma nova citação judicial contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido do Trump Media & Technology Group, empresa ligada ao ex-presidente americano Donald Trump, e da plataforma de vídeos Rumble. As companhias alegam que o ministro promoveu censura de conteúdos publicados nas redes sociais no Brasil. É a terceira tentativa de notificação — as anteriores, feitas em março e junho, fracassaram. Desta vez, o mandado foi expedido com o endereço completo de Moraes, e o magistrado tem 21 dias para se manifestar, sob pena de ser julgado à revelia.

O episódio agrava o clima de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, reacendido nesta semana após Trump publicar em sua rede social, a Truth Social, uma mensagem de apoio a Jair Bolsonaro, acusando o STF de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro. A postagem teve forte repercussão na cúpula bolsonarista, que passou a especular possíveis sanções dos EUA contra o ministro Moraes.

A ofensiva jurídica contra Moraes nos Estados Unidos tem como aliado estratégico o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que atua como interlocutor entre grupos de direita no Brasil e figuras próximas a Trump. O próprio Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca e conselheiro informal de Trump, declarou que o republicano considera “inaceitável” a acusação de que Bolsonaro tenha tramado um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou que vai representar Moraes na ação. O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que a AGU tem atribuição legal para defender autoridades brasileiras, tanto em território nacional quanto no exterior. Já Moraes optou por não se pronunciar publicamente até o momento. Internamente, porém, o ministro ordenou a prorrogação do inquérito que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos com vistas a pressionar autoridades americanas contra o STF.

O caso adiciona um novo capítulo à crescente politização internacional do processo que tramita no Supremo contra Bolsonaro e seus aliados, ampliando o embate institucional entre Judiciário, bolsonarismo e aliados estrangeiros.

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