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O mundo acompanha com tensão a aproximação do primeiro encontro presencial entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcado para esta sexta-feira em uma base aérea isolada no Alasca. O encontro poderá definir os rumos da Guerra da Ucrânia, mas já começa envolto em polêmica: o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não foi convidado para a reunião que tratará diretamente do futuro de seu país.

Putin deve apresentar a Trump uma série de exigências que considera inegociáveis para encerrar o conflito iniciado em 2022. Entre os principais pontos está o reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, da anexação de quatro províncias ucranianas — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia — além da Crimeia, anexada desde 2014. O líder russo também quer garantias de que o restante do território ucraniano não integrará a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Horas antes do encontro, Trump afirmou que Putin “parece pronto para um acordo”, sem detalhar os termos. A ausência da Ucrânia na mesa de negociações foi criticada duramente por líderes europeus, que classificaram a exclusão como inaceitável. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que recebeu Zelensky em Londres nesta quinta-feira, afirmou que não haverá qualquer solução viável sem a participação ativa da Europa e da própria Ucrânia nas decisões.

Em pronunciamento, Zelensky reafirmou que não aceitará a cessão de nenhum território ao governo russo. Apesar do discurso firme, a realidade no front é cada vez mais preocupante: tropas de Moscou continuam avançando e ampliando o controle sobre áreas estratégicas no leste e sul da Ucrânia.

Enquanto isso, no plano doméstico, Trump tem adotado medidas controversas na capital americana. Na noite de quinta-feira, agentes federais realizaram uma operação para desocupar acampamentos de pessoas em situação de rua no noroeste de Washington, sob o argumento de combate à criminalidade. A ação, liderada pelo FBI e pelo Serviço Secreto, ocorreu após o anoitecer, contrariando o cronograma inicial previsto para o início da noite.

Em paralelo, a procuradora-geral Pam Bondi revogou diretrizes anteriores do Departamento de Polícia de Washington D.C., permitindo agora a cooperação local com a aplicação de leis federais de imigração — uma mudança que sinaliza o endurecimento da política migratória sob o governo Trump.

A reunião entre Trump e Putin, além de ser um marco nas relações bilaterais, promete influenciar diretamente o equilíbrio geopolítico global. A ausência da Ucrânia e a pressão por concessões territoriais abrem precedentes delicados que podem redirecionar o futuro da ordem internacional — e acirrar ainda mais a divisão entre as grandes potências.

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