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Presidente dos EUA endurece postura contra Moscou e alerta países que mantêm relações comerciais com Putin; Brasil pode entrar na mira.

Em sua primeira grande investida diplomática desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump aumentou consideravelmente a pressão sobre a Rússia. Em um discurso nesta terça-feira (15), o republicano ameaçou impor tarifas de até 100% sobre produtos russos e alertou que as sanções poderão se estender a países que continuarem fazendo negócios com Moscou — entre eles, o Brasil.

Trump deu um prazo de 50 dias para que o presidente russo, Vladimir Putin, encontre uma solução para um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia. Caso contrário, advertiu, os EUA avançarão com uma nova rodada de medidas econômicas punitivas, as mais severas desde o início do conflito, em 2022.

“Putin tem 50 dias para demonstrar ao mundo que quer paz. Caso contrário, a Rússia e seus parceiros comerciais vão sentir o peso do poder econômico americano como nunca antes”, disse Trump em pronunciamento transmitido da Casa Branca.

A declaração acontece em meio à intensificação dos ataques russos contra cidades ucranianas. Em resposta, Trump anunciou que voltará a autorizar o envio de equipamentos militares à Ucrânia, incluindo baterias do sistema de defesa antiaérea Patriot — peça central na tentativa de Kiev de conter os mísseis balísticos e de cruzeiro disparados pelo Kremlin.

A sinalização de que países aliados ou neutros poderão ser atingidos pelas sanções representa uma reviravolta diplomática significativa. O Brasil, que mantém uma relação comercial ativa com a Rússia, especialmente no setor de fertilizantes e combustíveis, corre o risco de sofrer retaliações econômicas se não revisar sua posição.

O anúncio ocorre em meio a outra crise envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, relacionada ao recente tarifaço imposto por Trump sobre produtos brasileiros. O gesto de agora amplia ainda mais a tensão no cenário internacional e pressiona o governo Lula a adotar uma posição mais clara frente à guerra na Ucrânia.

Analistas avaliam que Trump tenta, com essa nova postura, reposicionar os EUA como ator central na resolução do conflito, ao mesmo tempo em que reforça sua imagem de líder intransigente diante de adversários estratégicos. A ameaça de sanções multilaterais, incluindo países que mantêm neutralidade, marca um novo capítulo na diplomacia trumpista, com efeitos potencialmente danosos para o comércio global — e particularmente para países em desenvolvimento.

No Brasil, o Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre a nova ameaça. Internamente, o Itamaraty avalia os impactos econômicos e políticos do novo ultimato, em meio à já delicada situação com Washington.

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