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O testemunho de quem viveu os momentos turbulentos do golpe militar no Brasil há 60 anos permanece vivo e marcante. Terezinha Batalha, aos quase 78 anos, recorda com mais vivacidade sua festa de 15 anos, em 1961, do que seu aniversário de 18 anos, em 1964. Naquele fatídico ano, o golpe militar desencadeou um cenário de medo e incerteza, deixando a juventude progressista em estado de alerta.

Em Salvador, Terezinha não encontrou motivos para celebrar seu aniversário em meio à ditadura que se instalava no país. Como militante da Juventude Estudantil Católica (JEC), viu-se envolta em um ambiente hostil, com a polícia militar nas ruas e um clima de guerra pairando sobre a população.

Perly Cipriano, hoje aos 80 anos, também guarda lembranças marcantes daquele período. Em 1964, aos 20 anos, participou de uma marcha contra o golpe, carregando um quadro negro com a inscrição “Contra o golpe”. Sua tentativa de sensibilizar um policial acabou em ameaças, mas seu compromisso com a resistência permaneceu firme.

Já Ivan Proença, aos 93 anos, então capitão da guarda presidencial, presenciou de perto os acontecimentos que antecederam o golpe. Ao ser questionado sobre a posição do regimento que comandava, manteve-se fiel ao legalismo, mesmo diante das pressões golpistas.

Os relatos desses e de outros protagonistas da resistência revelam a violência e a repressão desde o início da ditadura militar no Brasil. A historiadora Maria Cláudia Badan destaca a importância desses testemunhos para compreender a gravidade dos acontecimentos e suas consequências.

Hoje, esses personagens da história brasileira seguem relembrando os episódios que marcaram suas vidas e contribuíram para a luta pela democracia. Eventos como a Marcha Reversa e homenagens como a realizada pelo Grupo Tortura Nunca Mais mantêm viva a memória daqueles que resistiram ao golpe e lutaram por um país livre e justo.

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