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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tem em mãos a responsabilidade de decidir se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados serão ou não tornados réus por tentativa de golpe de Estado. O julgamento, que já tem data marcada, começa nos dias 25 e 26 de março de 2025, quando os cinco ministros da Primeira Turma — Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino — avaliarão a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Essa análise será crucial para determinar se os acusados se tornarão réus e, consequentemente, se uma ação penal será aberta, com o objetivo de apurar sua responsabilidade e definir sua possível condenação ou absolvição.

A denúncia da PGR é voltada para o chamado “núcleo 1” do suposto golpe de Estado, formado por Bolsonaro e mais sete pessoas, incluindo ex-ministros de seu governo, como Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, do ex-diretor da ABIN Alexandre Ramagem e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou um acordo de delação premiada. A PGR descreve detalhadamente os atos criminosos em tese de cada um dos acusados, e os ministros do STF terão a tarefa de avaliar a consistência da acusação.

Após a rejeição das alegações de defesa, a PGR enviou a denúncia para a análise de Moraes, que coordenou a distribuição do caso aos ministros da Primeira Turma. Para facilitar a avaliação, Moraes compartilhou com os colegas um HD contendo todas as provas e peças processuais, acelerando o trâmite do processo. Essa agilidade tem gerado preocupações entre os advogados dos acusados, que, temendo um julgamento apressado, tentaram garantir o direito de defesa dos envolvidos, realizando encontros com ministros da Corte, inclusive com Zanin, presidente da Primeira Turma.

O clima político em torno do julgamento está aquecido. Aliados de Bolsonaro preveem que o julgamento se estenderá até setembro de 2025 e que, com a possível condenação, o ex-presidente poderia ser preso já em 2025. Esse cenário tem sido tratado nos bastidores do bolsonarismo como um “massacre” político orquestrado pelo STF, com uma grande expectativa de que Bolsonaro busque apoio internacional para denunciar o que consideram um julgamento excepcional.

O ex-presidente não deixou de se manifestar nas redes sociais, ironizando o avanço rápido do processo e sugerindo que o devido processo legal só estaria funcionando “na velocidade da luz” quando o alvo está nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2026. A crítica de Bolsonaro reflete a crescente tensão política envolvendo o caso e a percepção de que o julgamento tem conotações eleitorais.

A decisão da Primeira Turma do STF poderá ter implicações profundas tanto para os acusados quanto para o cenário político brasileiro nos próximos meses, com a definição de uma questão crucial sobre a justiça e o processo legal em casos de figuras políticas de destaque.

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