0

A Petrobras confirmou, em documento enviado nesta sexta-feira, 22, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vai propor apenas os dividendos ordinários aos seus acionistas na próxima assembleia geral ordinária (AGO), prevista para 25 de abril, deixando a decisão sobre uma remuneração extra para outro momento. A estatal reiterou o pagamento de R$ 14,2 bilhões, com data-base da posição acionária no dia da AGO. Com isso, em relação a todo o ano de 2023, a estatal terá pago R$ 72,4 bilhões em proventos a seus acionistas.

O pagamento ocorrerá de acordo com o seguinte cronograma: uma parcela de R$ 7,1 bilhões, com pagamento no dia 25 de maio, e uma parcela de R$ 7,1 bilhões, com pagamento em 20 de junho. A remuneração total aos acionistas será de R$ 76 bilhões, sendo R$ 72,4 bilhões como dividendos e R$ 3,6 bilhões como recompra de ações, confirmou a estatal.

A proposta de remuneração foi decidida em uma tensa reunião do conselho de administração no dia 7 de março. A proposta da diretoria da companhia, de pagar metade dos dividendos extraordinários aos acionistas, não foi levada à votação, segundo ata divulgada ontem. Na reunião, do início de março, foram discutidas apenas as propostas dos membros do conselho administrativo indicados pelo governo, de reter 100% dos dividendos, e dos indicados pelos acionistas minoritários, de distribuir 100% dos proventos – alternativa que foi derrotada. Com a decisão, as ações da companhia caíram e a estatal perdeu por volta de R$ 50 bilhões de valor de mercado em um dia. A tendência agora, porém, é de que em algum momento esses proventos sejam distribuídos aos acionistas, principalmente depois que o Ministério da Fazenda ganhou uma cadeira no órgão máximo da estatal – secretário executivo adjunto da pasta, Rafael Dubeux, foi o indicado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta convencer o governo sobre o benefício do pagamento nas contas da União, acionista majoritário da Petrobras.

A decisão de reter os dividendos extraordinários, segundo apurou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), prevaleceu por seis votos a quatro, com uma abstenção. Teriam votado contra a distribuição e pelo envio de R$ 43,9 bilhões para a reserva de remuneração cinco conselheiros indicados pelo governo, além da representante dos trabalhadores. Já os quatro representantes de acionistas minoritários teriam votado a favor da distribuição de 100%.

Em meio a esses ruídos de que os valores retidos seriam usados em investimentos, com o objetivo de acelerar o crescimento econômico, Jean Paul Prates se apressou em dizer que os recursos estão reservados para dividendos futuros e não poderão ser usados para outros fins.

As ações da empresa acumulam uma perda de 5,75% neste ano.

‘Espuma’

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou as recentes críticas à interferência do governo na Petrobras como “crises de espuma”. Segundo ele, a companhia segue apresentando bons resultados e os supostos problemas foram criados “artificialmente”. “Eu não vejo crise alguma”, disse. em entrevista ao programa Bom dia, ministro, da TV Brasil, exibido na quinta-feira.

Operação policial apreende mais de 200kg de drogas em Itabuna, Sul da Bahia

Artigo anterior

Seleção Brasileira enfrenta a Inglaterra em busca de reerguer-se após resultados ruins em 2023

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Brasil