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A pesquisa divulgada no domingo (7) pela Quaest trouxe dados reveladores sobre a divisão de opiniões dos brasileiros sobre a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados se posicionam contra a anistia, enquanto 34% defendem que os presos relacionados aos atos sejam soltos. Desses, 18% acreditam que as prisões nunca deveriam ter ocorrido, e 16% consideram que o tempo de detenção já é excessivo. Os outros 10% não souberam ou não responderam à pergunta.

Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, 61% defendem a anistia, enquanto entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, apenas 15% compartilham dessa opinião. Entre os que votaram em branco, nulo ou não participaram das eleições, a porcentagem a favor da anistia sobe para 31%.

Em relação ao envolvimento de Bolsonaro nos ataques, a pesquisa mostrou que 49% dos brasileiros ainda acreditam que o ex-presidente participou da tentativa de golpe, enquanto 35% afirmam que ele não esteve envolvido. Esse dado permanece praticamente inalterado desde o último levantamento, realizado em dezembro.

Perspectivas para o Futuro de Bolsonaro

Uma outra pesquisa revelou que 67% dos entrevistados consideram que Bolsonaro deveria desistir de tentar disputar as eleições de 2026, com apenas 28% defendendo sua estratégia de tentar retornar ao poder. A pesquisa também questionou sobre quem poderia ser o substituto de Bolsonaro na direita nas próximas eleições, e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro foi apontada como a preferida por 23% dos entrevistados, empata com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que obteve 21%.

Ato pela Anistia em São Paulo

No cenário político, um ato em apoio à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro reuniu apoiadores de Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (6). O evento contou com a presença de figuras importantes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, além dos governadores de Minas Gerais (Romeu Zema), Paraná (Ratinho Junior), Amazonas (Wilson Lima), Goiás (Ronaldo Caiado), Mato Grosso (Mauro Mendes) e Santa Catarina (Jorginho Mello), entre outros parlamentares e figuras políticas.

A ONG More in Common e o Monitor do Debate Político do CEBRAP calcularam que 44,9 mil pessoas participaram do ato, com o pico de público ocorrido às 15h44, segundo contagem feita com o uso de inteligência artificial para análise de fotos aéreas. No Rio de Janeiro, um ato semelhante ocorrido em 16 de março, na praia de Copacabana, reuniu cerca de 18,3 mil pessoas.

Disputas Políticas Dentro do Ato

O ato também foi palco de tensões políticas. O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, fez duras críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), por não ter cumprido a promessa de apresentar o requerimento para urgência da votação do projeto da anistia no final de março. Malafaia chamou Hugo Motta de “vergonha da Paraíba”, destacando a insatisfação dos bolsonaristas com a condução do parlamentar sobre o tema.

Conclusão: Tensão Política e Perspectivas para 2026

O cenário político brasileiro segue polarizado, com um forte debate sobre a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e o futuro político de Jair Bolsonaro. A divisão de opiniões, refletida nas pesquisas, e as manifestações de apoio à anistia indicam que o país continua imerso em uma disputa sobre a legitimidade dos atos ocorridos no início deste ano e o papel de figuras políticas como Bolsonaro na narrativa política que se desenha para as eleições de 2026.

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