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No Dia da Consciência Negra, uma pesquisa divulgada pelo Datafolha traz dados alarmantes sobre a percepção de racismo no Brasil. De acordo com o levantamento, 59% dos brasileiros acreditam que a maioria da população é racista, enquanto 30% enxergam o racismo como um comportamento de uma minoria. Apenas 5% afirmam que todos os brasileiros são racistas, e 4% acreditam que ninguém na sociedade tem atitudes preconceituosas. A pesquisa, que oferece um retrato claro da percepção sobre o racismo no país, destaca que a visão de que a maioria é racista é mais acentuada entre as mulheres (74%) em comparação aos homens (53%).

Além disso, 45% dos entrevistados afirmam que o preconceito racial tem aumentado no Brasil, um dado que corrobora com as observações de especialistas como a historiadora Ynaê Lopes dos Santos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que afirma: “O racismo não é um comportamento de um grupo de indivíduos, é um sistema de poder”.

A desigualdade racial é uma questão estruturante também no serviço público, onde as mulheres negras enfrentam desafios adicionais em termos de remuneração e acesso a cargos mais altos. Segundo dados do Anuário de Gestão de Pessoas da República.org, as mulheres negras representam 34,4% dos servidores públicos que recebem entre um e dois salários mínimos, enquanto no topo da hierarquia, com salários de dez a 20 salários mínimos, elas ocupam apenas 8,5% das vagas. Em contraste, homens brancos representam 45,1% das vagas nesta faixa salarial mais alta, refletindo a desigualdade racial e de gênero ainda presente no Brasil.

Como forma de tentar corrigir essas distorções, a atualização da Lei de Cotas no serviço público, que propõe a reserva de 30% das vagas para grupos sub-representados, foi recentemente aprovada na Câmara dos Deputados e agora aguarda análise no Senado. A implementação desta política, caso seja sancionada, visa promover uma maior equidade e justiça no acesso aos cargos públicos, representando um passo importante na luta contra as desigualdades raciais e de gênero no Brasil.

Com dados e iniciativas que refletem a percepção crescente de racismo e a desigualdade persistente em diversos setores da sociedade, o Brasil ainda enfrenta desafios enormes para garantir igualdade racial e inclusão para as populações historicamente marginalizadas.

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