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Uma nova diretriz conjunta das Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC), Nefrologia (SBN) e Hipertensão (SBH) passa a classificar como pré-hipertensão os níveis de pressão arterial entre 120 por 80 mmHg e 139 por 89 mmHg — valores até então considerados normais para grande parte da população.

O documento foi divulgado nesta quinta-feira (21), durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, e tem como objetivo reforçar a prevenção precoce da hipertensão arterial, principal fator de risco para doenças cardiovasculares como infarto e AVC.

A reclassificação acompanha a atualização do padrão europeu, publicada em 2024, e tem o potencial de impactar significativamente o diagnóstico e o acompanhamento de milhões de brasileiros.

De acordo com a nova diretriz, pessoas enquadradas na faixa de pré-hipertensão devem ser monitoradas com mais atenção e orientadas a adotar mudanças no estilo de vida — como redução do consumo de sal, prática regular de atividade física, perda de peso e controle do estresse. Em casos específicos, especialmente entre pacientes com alto risco cardiovascular, o uso de medicamentos poderá ser considerado, mesmo antes da instalação da hipertensão propriamente dita.

“Essa mudança não tem o intuito de medicalizar mais pessoas, mas sim de identificar precocemente os indivíduos em risco e agir antes que a doença se instale”, destacou um dos porta-vozes da Sociedade Brasileira de Cardiologia durante o evento.

A medida também é vista como uma resposta ao crescimento silencioso da hipertensão no Brasil. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros adultos já convive com a doença — muitas vezes sem diagnóstico ou tratamento adequados.

Especialistas apontam que a adoção dessa nova classificação deve exigir maior atenção dos profissionais da saúde básica, bem como campanhas públicas de esclarecimento, para evitar confusões ou alarmismo entre os pacientes.

A diretriz completa deve ser publicada nos próximos dias nos sites das três sociedades médicas envolvidas, servindo como referência oficial para médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais da área.

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