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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para a próxima semana os depoimentos dos principais investigados por planejar e executar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os interrogatórios integram a etapa final de apuração do que o inquérito chama de “núcleo crucial” da suposta trama golpista.

Entre os nomes convocados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa derrotada de Bolsonaro. Também prestarão depoimento o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.

A previsão do STF é concluir todos os depoimentos até a próxima sexta-feira. Ao contrário das 52 testemunhas ouvidas por videoconferência nas últimas semanas, Moraes determinou que os depoimentos dos acusados ocorram presencialmente na sede do Supremo. A exceção será Braga Netto, preso no Rio de Janeiro, que será ouvido de forma remota.

Paralelamente, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), anunciou que pedirá à Procuradoria-Geral da União o bloqueio dos bens de Jair Bolsonaro. Segundo ele, há indícios de que o ex-presidente tem utilizado recursos arrecadados por meio de doações de apoiadores para financiar as atividades políticas do filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.

Eduardo, por sua vez, enfrenta uma disputa interna dentro do PL com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo controle do capital político de Bolsonaro. Aliados do deputado acreditam que Michelle saiu enfraquecida após a recente demissão do ex-assessor de imprensa Fabio Wajngarten, considerado próximo da ex-primeira-dama.

O cenário de tensão revela um movimento de fragmentação dentro do bolsonarismo, em meio ao avanço das investigações no STF e ao rearranjo de forças no campo da direita brasileira.

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