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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se emocionou e foi às lágrimas durante discurso no ato bolsonarista realizado neste domingo (7) de Setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo. Ao lado do pastor Silas Malafaia e outros aliados, Michelle criticou duramente a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no início de agosto.

“Não estão sendo dias fáceis”, afirmou Michelle, visivelmente abalada, ao falar sobre a rotina da família desde que Bolsonaro passou a cumprir a decisão judicial em sua residência em Brasília. “Estou tendo que me desdobrar como mãe, como esposa, como presidente do PL Mulher”, declarou, em meio a aplausos de apoiadores reunidos na capital paulista.

A medida imposta por Moraes, válida desde o dia 4 de agosto, obriga Bolsonaro a permanecer em casa, sob monitoramento da Polícia Penal do Distrito Federal, com revistas em veículos que entram e saem do condomínio e vigilância externa para prevenir qualquer tentativa de fuga. O ex-presidente também está proibido de comparecer a atos públicos e de usar redes sociais.

Michelle descreveu a vigilância como invasiva e uma “humilhação” à sua família, mencionando o impacto sobre sua filha adolescente. “A minha filha de 14 anos tem que ir à escola e, todos os dias, abrir o carro para a polícia verificar se tem alguém dentro. Eu vejo policiais na esquina vigiando os policiais que vigiam minha casa”, disse.

A ex-primeira-dama também criticou a falta de esclarecimentos sobre o atentado a faca contra Bolsonaro em 2018, durante a campanha eleitoral. “Um homem com sequelas de uma facada e que passou por uma cirurgia de 12 horas… Como um homem desses vai pular um muro?”, questionou, em tom de indignação, referindo-se à justificativa da vigilância reforçada.

Michelle afirmou estar sendo alvo de perseguição política e religiosa. “Essa luta é espiritual, e nós sabemos disso. A nossa fé está sendo testada”, declarou, dirigindo-se aos apoiadores que lotavam a avenida com bandeiras do Brasil e vestimentas nas cores verde e amarelo.

No encerramento do discurso, ela classificou os presentes como “um exército de homens e mulheres de bem” e pediu que os manifestantes não desistam de apoiar Bolsonaro. Antes de deixar o palco, reproduziu um áudio gravado por Jair Bolsonaro com a frase: “Deus, pátria e família”, slogan recorrente entre os apoiadores do ex-presidente.


O ato marcou o 7 de Setembro com forte tom político e contou com a presença de parlamentares, líderes religiosos e influenciadores digitais ligados à direita. Mesmo proibido de comparecer a eventos públicos, Bolsonaro teve sua imagem e voz reverberadas por meio de áudios e falas de aliados.

A decisão do STF segue no contexto das investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado, em que Bolsonaro é um dos alvos. A defesa do ex-presidente tem negado qualquer ilegalidade e deve recorrer da decisão que impôs o regime domiciliar.

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