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Com baixa popularidade e uma base legislativa instável, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já reconhece que dificilmente contará com o apoio do Centrão em uma eventual candidatura à reeleição em 2026. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a nova estratégia é evitar que partidos como União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos — que hoje controlam 11 ministérios — se alinhem formalmente a um nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apostando assim numa “neutralidade pragmática”.

A tarefa, no entanto, esbarra na realidade política. Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e ex-ministro de Lula, tem estreitado os laços do partido com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Kassab comanda a Secretaria de Governo e Relações Institucionais na gestão paulista e, a partir desta segunda-feira (17), o PSD vai exibir cinco peças publicitárias com Tarcísio, ressaltando sua atuação administrativa e a participação do partido em sua gestão.

Tarcísio é visto como principal nome da direita para a disputa presidencial de 2026, especialmente após a inelegibilidade de Bolsonaro, de quem foi ministro da Infraestrutura. A movimentação do PSD sinaliza uma possível articulação mais ampla da centro-direita em torno do governador paulista.

Enquanto isso, no Planalto, cresce a preocupação com o isolamento político do presidente Lula. Apesar de manter o controle de ministérios estratégicos, como a Casa Civil e a Fazenda, o governo tem enfrentado dificuldades crescentes no Congresso, inclusive para aprovar pautas prioritárias.

O colunista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, observa que Lula parece não ter assimilado as mudanças na política e no eleitorado. “Dois anos e meio depois de voltar ao poder, Lula ainda não teria despertado para as mudanças na sociedade e na política. O descompasso ajudaria a explicar seu mau desempenho nas pesquisas. Candidato ao quarto mandato em 2026, ele tem pouco tempo se quiser atualizar o repertório e se reconectar com o eleitor”, escreveu.

Enquanto o PT busca formas de manter sua governabilidade e viabilidade eleitoral, as articulações no campo da direita se intensificam. A presença de Tarcísio no noticiário e na propaganda partidária reforça a percepção de que 2026 já começou nos bastidores de Brasília — e que o Centrão seguirá sendo o fiel da balança.

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