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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a rádios baianas, procurou justificar o impacto da inflação no bolso dos brasileiros, responsabilizando a gestão anterior do Banco Central, sob comando de Roberto Campos Neto. Segundo Lula, a alta da inflação, especialmente nos alimentos, é resultado de uma “arapuca” deixada pela administração anterior, que não pode ser desfeita rapidamente. O presidente sugeriu que os consumidores boicotassem os produtos caros como forma de pressionar os empresários a reduzir os preços, destacando que, em 2023, os alimentos encerraram o ano com uma alta de 7,69%, muito superior à inflação geral de 4,83% do IPCA.

Lula ressaltou que a alta do dólar também contribuiu para o cenário inflacionário, e reforçou que o governo está em negociações com empresários e utilizando as competências dos ministérios para encontrar soluções. “Se todo mundo tivesse a consciência de não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar o preço”, afirmou.

As declarações de Lula geraram reações da oposição. Parlamentares como o senador Ciro Nogueira (PP) criticaram a proposta, ironizando que, se os preços estão altos, seria necessário “não comprar” ou “ficar em casa”. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi mais enfático: “Se a comida está cara, ‘não compra’. Se o remédio está caro, ‘morre’. E assim segue o governo do cinismo.”

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu Lula, reiterando que o governo está trabalhando para reduzir o preço dos produtos essenciais e garantir uma alimentação acessível para todos.

Com a popularidade em queda, uma pesquisa recente mostrou que a desaprovação ao governo de Lula ultrapassou pela primeira vez a aprovação. Para tentar reverter esse cenário, Lula intensificou suas viagens pelo Brasil, com o objetivo de melhorar sua imagem. A primeira parada foi no Rio de Janeiro, onde participou da reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso.

Sidônio Palmeira, o novo ministro da Secretaria de Comunicação, propôs uma nova dinâmica para as viagens presidenciais, com um contato mais direto com a população e menor tempo de discurso político. A estratégia inclui uma aproximação das ruas e um fortalecimento da presença do presidente nas redes sociais. Além disso, Lula planeja dividir as tarefas de comunicação com sua esposa Janja, o vice-presidente Geraldo Alckmin e outros ministros.

O caminho sugerido por Sidônio é uma tentativa de recuperação da popularidade e preparação para as disputas eleitorais de 2026. Segundo o presidente, “2026 já começou” e o foco será o enfrentamento nas redes sociais, especialmente contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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