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Sob crescente pressão devido ao recorde de queimadas e à severa seca que afeta o país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, durante uma visita ao Amazonas, a criação de uma Autoridade Climática. A nova estrutura, uma das promessas de campanha de Lula, visa enfrentar as tragédias provocadas pelas mudanças climáticas e coordenar as políticas públicas voltadas para a adaptação e preparação para esses fenômenos.

“Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desses fenômenos. Vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal”, afirmou Lula em um encontro com prefeitos, onde também foram anunciadas medidas para combater a seca no estado.

O objetivo da nova autoridade é criar condições para ampliar e acelerar as políticas públicas relacionadas ao clima e ao meio ambiente, um esforço necessário diante da crise ambiental em curso. A urgência dessas medidas se reflete nos números alarmantes relacionados às queimadas. Em audiência de conciliação sobre o plano de prevenção e combate ao fogo na Amazônia e no Pantanal, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino descreveu as queimadas como uma “autêntica pandemia de incêndios florestais”. Dino determinou a convocação imediata de mais bombeiros, a mobilização de polícias Federal e Civil e da Força Nacional para investigar e combater as queimadas provocadas por ação humana, além da ampliação do número de aeronaves dedicadas à operação em um prazo de dez dias.

Os dados são preocupantes: nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 5.132 focos de incêndio, o que representa 75,9% das queimadas na América do Sul, conforme o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. A poluição atmosférica em São Paulo alcançou níveis tão elevados que equivalem ao consumo involuntário de quatro a cinco cigarros por dia, de acordo com o médico patologista Paulo Saldiva.

Além das preocupações ambientais, o Brasil enfrenta um grave problema de violência contra defensores ambientais. Em 2023, o país registrou 25 homicídios de defensores ambientais, ficando atrás apenas da Colômbia, que teve 79 mortes. Globalmente, houve 196 mortes, o que equivale a uma a cada dois dias. A ONG Global Witness destaca que a América Latina continua sendo a região mais perigosa para ativistas ambientais, concentrando 85% das mortes registradas.

O anúncio de Lula e as medidas emergenciais são passos cruciais para enfrentar a crise climática e proteger o meio ambiente, enquanto o país busca mitigar os impactos devastadores das queimadas e da poluição atmosférica.

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