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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou uma série de projetos que visam a limitar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, parece que apenas uma proposta seguirá em frente: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe decisões monocráticas dos ministros da Corte, já aprovada no Senado. Essa posição foi confirmada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se manifestou a deputados próximos.

Apesar do apoio de partidos do centro e do Centrão a um pacote mais amplo — que inclui uma segunda PEC permitindo ao Congresso anular decisões do STF que “extrapolem os limites constitucionais”, além de dois projetos de lei sobre impeachment de magistrados — a expectativa é que apenas a PEC sobre decisões individuais avance. A instalação de uma comissão especial para analisar as propostas e a inclusão na pauta do plenário dependem da liderança de Lira.

As relações entre o Legislativo e o Judiciário têm se tornado tensas, especialmente após o STF suspender a execução de parte das emendas parlamentares até que mecanismos de controle e transparência sejam aprimorados. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, comentou que “interesses políticos” não devem ser um motivo para alterar instituições que funcionam bem. Ele defendeu a importância de preservar valores constitucionais e a harmonia entre os Poderes.

Por outro lado, o ministro Flávio Dino manteve as regras que limitam os repasses de emendas de comissão até que requisitos mínimos de transparência sejam atendidos. Essa decisão foi tomada após uma audiência de conciliação sobre o cumprimento de um acórdão de 2022 que declarou o orçamento secreto inconstitucional.

Além disso, há um movimento crescente no Congresso e no STF para discutir a reintrodução das doações de empresas ao financiamento de campanhas eleitorais, quase uma década após sua proibição. A argumentação é que o financiamento público não eliminou o uso de caixa dois, e o retorno das doações empresariais poderia ajudar a equilibrar o impacto das emendas parlamentares destinadas a redutos eleitorais.

Esse cenário evidencia a complexidade das relações entre os Poderes e a luta por controle e transparência nas ações governamentais. A discussão sobre financiamento de campanhas e as limitações ao STF são temas que prometem gerar debates acalorados nos próximos meses.

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