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A Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), intensificou a fiscalização no Parque Natural Municipal Marinho da Barra durante o Carnaval de 2025. A ação, realizada em parceria com a Marinha do Brasil e a Capitania dos Portos, tem como objetivo garantir a preservação ambiental e histórica da área, impedindo que embarcações, especialmente lanchas, se fundeiem na região, frequentemente lotadas de foliões que se concentram no local para uma vista privilegiada dos trios elétricos.

O Parque, a primeira Unidade de Conservação Marinha Municipal do Brasil, abrange uma vasta área de mais de 300 mil metros quadrados e abriga uma rica biodiversidade, que inclui corais, tartarugas ameaçadas de extinção e até sítios arqueológicos submersos, como três naufrágios históricos. A prática de fundeio de embarcações na região, no entanto, representa uma ameaça direta a esse ecossistema, colocando em risco tanto o ambiente marinho quanto o patrimônio cultural. O lançamento das âncoras pelas embarcações pode causar danos irreversíveis, prejudicando os corais e até destruindo os naufrágios que ali repousam.

Em entrevista, Ivan Euler, secretário da Secis, destacou a importância da ação: “A fiscalização ocorre durante todo o ano, mas no Carnaval, ela é intensificada, pois sabemos que essa é uma área estratégica, onde muitas lanchas se reúnem para assistir aos trios elétricos. Com a nova regra, temos mais respaldo para garantir a preservação desse patrimônio ambiental e histórico”, afirmou.

Desde 2017, um decreto municipal reconhecia a importância da unidade de conservação, mas não proibia explicitamente o fundeio de embarcações. Neste ano, um novo decreto foi publicado, reforçando as regras e tornando a fiscalização mais rigorosa. Agora, qualquer embarcação que lançar âncora dentro do parque estará sujeita a uma multa aplicada pela Marinha do Brasil.

A operação conta com um ponto de apoio no Forte Santa Maria, onde câmeras monitoram a área em tempo real. Caso uma embarcação permaneça parada por muito tempo, a Capitania dos Portos e a Salvamar são acionadas para retirar a embarcação do local. Além disso, agentes patrulham a área em motos aquáticas e abordam diretamente os tripulantes, comunicando, por meio de megafones, a proibição do fundeio.

Kailani Dantas, coordenador da Salvamar, detalhou o trabalho dos agentes: “Quando uma embarcação é flagrada fazendo fundeio, os agentes se aproximam e informam que isso é proibido por decreto. Pedimos que a embarcação se retire e faça fundeio em outra área da Baía de Todos-os-Santos”, explicou.

Além do controle sobre o fundeio, a operação também se preocupa com a pesca submarina ilegal, que ameaça a fauna marinha e compromete o equilíbrio ecológico da região. Os esportes aquáticos, como canoagem, stand-up paddle e mergulho, são permitidos, desde que não interfiram na preservação do local.

Os resultados da fiscalização têm sido positivos. Segundo João Resch Leal, diretor-geral de gestão do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural da capital baiana (Savam), o número de embarcações ancoradas indevidamente tem diminuído significativamente: “Em 2023, registramos mais de 100 embarcações ancoradas no local. No ano passado, o número caiu para 47, e neste Carnaval, contabilizamos apenas 33. Isso mostra que a conscientização está funcionando”, finalizou.

Programação do Carnaval de Salvador 2025 nos Circuitos Osmar, Dodô e Batatinha

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