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Lançado oficialmente na última sexta-feira (21), o empréstimo consignado para trabalhadores no regime CLT, com garantia do FGTS, ultrapassou a marca de 40 milhões de simulações até domingo (23), com 11 mil contratos formalizados. O aumento significativo de acessos ao aplicativo Carteira de Trabalho Digital, responsável pela movimentação, foi 12 vezes maior do que o normal, refletindo o grande interesse gerado pelo novo produto.

Criado por meio de uma medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o consignado CLT foi desenvolvido para trabalhadores formais do setor privado, incluindo empregados rurais, domésticos e microempreendedores individuais (MEI). A linha de crédito permite que o trabalhador faça um empréstimo de até 10% de seu saldo do FGTS e 100% da multa rescisória, com parcelas descontadas diretamente da folha de pagamento. Em caso de demissão, o banco pode resgatar o saldo do FGTS e a multa rescisória para cobrir o empréstimo.

Apesar do alto número de adesões, o lançamento do consignado CLT foi acompanhado de uma forte mobilização nas redes sociais, especialmente pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Em uma publicação no Instagram, Gleisi associou diretamente a linha de crédito ao presidente Lula, sugerindo: “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”. A frase causou polêmica, dada a relação direta com a imagem do presidente. Em vídeo oficial, Lula, por sua vez, recomendou que o crédito fosse utilizado principalmente para quitar dívidas.

No entanto, a popularidade da medida, que visa ajudar a classe média, suscitou críticas de especialistas em economia. Para alguns analistas, o empréstimo consignado e outras medidas como a isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil podem ser prejudiciais ao controle da inflação, especialmente em um momento de atividade econômica já aquecida. Essas medidas, que injetam dinheiro diretamente na economia, podem aumentar a pressão inflacionária e intensificar o endividamento das famílias, dificultando o controle da inflação, conforme apontam alguns economistas.

O economista Luís Eduardo Assis, em sua análise, afirmou que o governo tem se convencido de que a baixa popularidade de Lula está diretamente ligada a dificuldades econômicas. No entanto, ele argumenta que a economia está, na verdade, mostrando sinais de recuperação, com o aumento de 8,8% no consumo das famílias em 2024, o salário mínimo real em patamares altos e um dos menores índices de desemprego. Apesar disso, o governo persiste em adotar medidas que podem aquecer ainda mais a demanda, algo que, para os especialistas, pode agravar o risco de superaquecimento da economia.

Em resposta a essas críticas, o governo nega que as medidas tenham como objetivo atender a interesses eleitorais para 2026, defendendo que o objetivo é aliviar as dificuldades financeiras das famílias em um momento de elevada inflação e altos custos.

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