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No Brasil, apenas cerca de 2% dos veículos fora de uso são encaminhados para reciclagem de forma adequada, segundo estimativas do setor. O número contrasta fortemente com o de países como Japão, Alemanha e outros da União Europeia, onde os índices variam entre 80% e 95%. Por aqui, a maioria dos automóveis em fim de vida útil acaba abandonada em vias públicas, terrenos baldios, desmanches clandestinos ou pátios de órgãos de trânsito — prática que, além de irregular, representa um sério risco ambiental.

O descarte inadequado de veículos pode contaminar o solo, os lençóis freáticos, nascentes e até cursos d’água. Isso ocorre pela liberação de fluidos tóxicos, como combustíveis, óleos lubrificantes, fluido de freio e outros componentes químicos. Para se ter uma ideia do impacto, um único litro de óleo pode poluir até 20 mil litros de água, comprometendo a saúde de ecossistemas inteiros e, consequentemente, da população.

Apesar do risco ambiental, grande parte dos componentes de um veículo pode ser reciclada ou reaproveitada. Entre eles estão:

  • Metais (aço, alumínio, cobre): podem ser fundidos e reutilizados na indústria automotiva ou em outros setores;

  • Vidros: recicláveis, desde que separados e processados adequadamente;

  • Pneus: utilizados na produção de asfalto ecológico ou como combustível alternativo em fornos industriais;

  • Plásticos: transformados em novos produtos automotivos ou itens diversos;

  • Baterias e eletrônicos: exigem descarte especial, mas têm alto valor de reaproveitamento de metais pesados e circuitos;

  • Estofados e tecidos: podem ser reutilizados em processos de fabricação de isolamento acústico, entre outros usos.

Especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes e incentivos à logística reversa no setor automotivo. Iniciativas que envolvam montadoras, desmontes legalizados, órgãos ambientais e consumidores podem reverter o atual cenário de abandono e transformar um problema ambiental em oportunidade de desenvolvimento sustentável.

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