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Com a saída da ministra Maria Thereza de Assis Moura da presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a posse do ministro Herman Benjamin, a composição da mesa principal na solenidade de transição refletiu um retrocesso significativo na representatividade feminina no poder judiciário brasileiro. Agora, a mesa é composta exclusivamente por homens: ao lado de Benjamin, que presidirá o STJ até 2026, estavam o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À direita, estavam o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti.

A ausência de Maria Thereza de Assis Moura e a pouca presença feminina na plateia, que incluía apenas a ministra Cármen Lúcia, destacaram a escassez de mulheres em cargos de alto escalão. Cármen Lúcia se juntou à plateia, onde também havia poucas mulheres presentes. Esta falta de representatividade contrasta com o cenário de seis anos atrás, quando as mulheres ocupavam simultaneamente cinco das principais posições no Poder Judiciário e no Ministério Público. Naquele período, Cármen Lúcia presidia o STF, Rosa Weber comandava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Raquel Dodge era a procuradora-geral da República, Grace Mendonça era a advogada-geral da União, e Laurita Vaz presidia o STJ.

Esse cenário de liderança feminina foi notoriamente celebrado em um vídeo viral, onde essas mulheres se uniram à cantora Alcione para entoar “Não Deixe o Samba Morrer”, um clássico da música brasileira. No entanto, desde então, tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro quanto o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva não avançaram na promoção de mulheres para cargos de destaque nas Cortes superiores, evidenciando um retrocesso na igualdade de gênero.

Atualmente, a única mulher em um cargo de presidência é Cármen Lúcia, que ocupa a presidência do STF, mas estava ausente da mesa principal na solenidade do STJ devido a protocolos de cerimonial, já que o TSE não tem assento em posses do STJ. Com a predominância masculina reforçada, a necessidade de um esforço renovado para equilibrar a representação de gênero nas esferas de poder se torna cada vez mais evidente.

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