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Pesquisadores chineses desenvolvem terapia CAR-T com nanogel que atinge tumores sólidos com alta eficácia

Pesquisadores de várias instituições científicas chinesas anunciaram o desenvolvimento de uma nova versão da terapia celular CAR-T, que promete superar uma das principais limitações da oncologia moderna: o combate eficaz a tumores sólidos. A inovação utiliza um nanogel inteligente para transportar uma enzima diretamente ao interior do tumor, aumentando significativamente a ação das células CAR-T.

A terapia combinada mostrou uma taxa de inibição tumoral de 83,2% em testes laboratoriais, resultado considerado promissor por especialistas. O novo método representa um avanço em relação à CAR-T tradicional, hoje autorizada no Brasil pela Anvisa e já usada com sucesso no tratamento de leucemias e outros cânceres hematológicos. No entanto, até agora, a eficácia da técnica em tumores sólidos, como os de pulmão, mama e pâncreas, era extremamente limitada.

O diferencial da nova abordagem está no uso do nanogel para transportar a enzima hialuronidase diretamente até o microambiente tumoral. Essa enzima atua degradando o ácido hialurônico, um componente da matriz extracelular que costuma formar uma barreira física resistente à penetração de medicamentos ou células imunológicas. Ao romper essa barreira, o nanogel permite que as células CAR-T consigam infiltrar-se com mais eficiência e destruir as células tumorais.

Segundo os pesquisadores, o sistema também reduz os efeitos colaterais, direcionando a resposta imune ao local exato do tumor, o que pode representar um avanço na segurança do tratamento.

Especialistas internacionais vêm acompanhando com atenção as pesquisas chinesas, que reforçam o potencial da bioengenharia e nanotecnologia na medicina de precisão. Embora ainda esteja em fase experimental, a nova abordagem poderá, no futuro, representar uma alternativa terapêutica para milhões de pacientes que enfrentam tumores resistentes às terapias convencionais.

O próximo passo é a realização de testes clínicos em humanos, o que deve ocorrer após a validação de segurança em modelos animais. Caso os resultados sejam confirmados, a nova terapia poderá redesenhar o cenário do tratamento oncológico global, especialmente em áreas de difícil resposta terapêutica.

A descoberta reaquece as esperanças da comunidade científica e de pacientes que, por décadas, esperam avanços concretos no combate aos tumores sólidos — hoje, uma das principais causas de mortalidade por câncer no mundo.

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