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Uma nova era para o mercado farmacêutico brasileiro se aproxima. Até 2030, cerca de 1,5 mil patentes de medicamentos e processos industriais irão expirar, abrindo caminho para a produção e comercialização de versões genéricas — em média 35% mais baratas que os produtos originais. A estimativa é que o volume de genéricos disponíveis no Brasil aumente até 20% nesse período.

As patentes que vencerão nos próximos anos envolvem princípios ativos utilizados no tratamento de 186 doenças, incluindo câncer, diabetes, além de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios amplamente utilizados pela população. Um dos casos mais aguardados é o da semaglutida, princípio ativo presente em canetas de controle glicêmico e de emagrecimento, como Ozempic e Wegovy, da farmacêutica Novo Nordisk.

A patente da semaglutida tem validade até 20 de março de 2026. No entanto, a empresa aguarda uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um pedido de extensão da proteção no Brasil, o que pode adiar a chegada de genéricos ao mercado. A disputa judicial atrai atenção de farmacêuticas nacionais e de especialistas em saúde pública, que veem no fim da exclusividade uma oportunidade de ampliar o acesso a tratamentos hoje restritos devido aos altos preços.

A ampliação do mercado de genéricos tem potencial para aliviar os custos tanto para o consumidor final quanto para o Sistema Único de Saúde (SUS), que poderá adquirir medicamentos mais baratos em larga escala. Segundo analistas do setor, o movimento deve estimular também a inovação na indústria nacional, que se prepara para competir em novos segmentos com maior autonomia tecnológica.

Com a queda dessas patentes, o Brasil acompanha uma tendência global de quebra de monopólios na área da saúde, sinalizando uma década de transformações para o setor farmacêutico e, sobretudo, para o acesso da população a medicamentos mais acessíveis.

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