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O Brasil, até então fora do foco do tarifário imposto por Donald Trump, agora se vê como um alvo na crescente guerra comercial liderada pelo presidente dos Estados Unidos. Em um voo a caminho do Super Bowl, Trump anunciou que, a partir de hoje, aplicará tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, afetando diretamente o Brasil, que em 2023 foi o terceiro maior fornecedor desses produtos para os EUA, representando 14% das importações americanas, com 3,6 milhões de toneladas.

Naquele ano, 18% das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro e aço foram destinadas ao mercado americano, o que coloca o Brasil em uma posição delicada diante dessas novas tarifas. O presidente Trump também afirmou que, além das medidas contra o Brasil, ele anunciará tarifas recíprocas que entrarão em vigor de maneira quase imediata, retomando a estratégia de seu primeiro mandato. Vale lembrar que, em sua gestão anterior, Trump havia imposto tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas concedeu isenções a parceiros comerciais como Brasil, Canadá, México, União Europeia e Reino Unido.

Por outro lado, a China, que já vinha sendo afetada pelas políticas de Trump, iniciou sua retaliação com a aplicação de tarifas extras de 10% a 15% sobre US$ 14 bilhões em importações de energia, equipamentos agrícolas e automóveis dos EUA. O presidente americano busca pressionar Pequim a combater as exportações de fentanil, mas especialistas alertam que a estratégia pode ser contraproducente. A China, ao contrário de Canadá e México, adotará uma abordagem mais estratégica e a longo prazo, com um alcance limitado nas retalições, sugerindo um espaço para negociações. Contudo, fontes afirmam que as conversas podem ter sido interrompidas devido à pressão de Trump para que a China também tome medidas contra a Rússia, especialmente no que tange à guerra na Ucrânia.

Em meio a esse cenário de intensificação das tensões comerciais, uma pesquisa realizada pela YouGov para a CBS News mostrou que a maioria dos americanos aprova os primeiros dias de Trump em seu segundo mandato. O levantamento revelou que 53% dos entrevistados endossam as ações do republicano, destacando características como sua postura “dura” e “enérgica”. No entanto, as políticas de imigração também têm gerado divisões: 59% aprovam o programa de deportação de imigrantes ilegais, mas 66% consideram que Trump não faz o suficiente para reduzir os preços. Além disso, as tarifas foram recebidas com apoio em relação à China, mas com resistência quando se tratam de aliados como México, Canadá e União Europeia.

Do ponto de vista legal, a situação promete gerar disputas jurídicas. Especialistas como Ankush Khardori alertam que a aplicação das tarifas não se trata apenas de comércio, mas sim de um movimento de poder, uma vez que Trump invocou a Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional para justificar as medidas. Essa lei, nunca antes utilizada para impostos dessa magnitude, pode ser contestada judicialmente, embora a decisão final dependa da interpretação da atual Suprema Corte dos EUA.

Ademais, a aparição de Trump no Super Bowl deste ano, onde se tornou o primeiro presidente em exercício a participar do evento, trouxe à tona sua contínua presença na mídia. Brian Stelter, comentarista, observou que Trump tem transformado o maior espetáculo do futebol americano em mais um episódio de seu “show”, criando uma narrativa constante em torno de sua presidência. Enquanto isso, o Super Bowl segue como uma vitrine para suas políticas e decisões, que moldam a dinâmica econômica e política tanto nos Estados Unidos quanto no cenário global.

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