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Mesmo internado, Bolsonaro é intimado na UTI em processo que o torna réu por tentativa de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi oficialmente intimado por uma oficial de Justiça na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, onde está internado há mais de uma semana após passar por uma cirurgia de reconstrução da parede abdominal. O episódio foi registrado em vídeo, que circula nas redes sociais, e mostra o momento em que o ex-mandatário reage à presença da oficial dizendo: “Por favor”, e perguntando se ela tinha “ciência que estava em uma UTI”.

A intimação ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que, apesar da internação, Bolsonaro “demonstrou possibilidade de ser citado e intimado”, especialmente após ter participado de uma live no hospital, ao lado dos filhos e do ex-piloto Nelson Piquet, na última terça-feira.

O documento entregue ao ex-presidente o notifica oficialmente sobre a abertura da ação penal, autorizada pela 1ª Turma do STF em 11 de abril, que o torna réu por tentativa de golpe de Estado. A partir do recebimento da intimação, os advogados de Bolsonaro têm cinco dias para apresentar sua defesa prévia à Corte.

O episódio marca mais um capítulo da crescente tensão política e jurídica em torno do ex-presidente, que já responde a diversos inquéritos e investigações. A acusação de tentativa de golpe se insere em um contexto de apurações que envolvem os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e a suposta articulação para anular o resultado das eleições de 2022.

A defesa de Bolsonaro ainda não se pronunciou formalmente sobre o ocorrido, mas aliados do ex-presidente consideram a intimação em ambiente hospitalar como “desnecessária” e “excessiva”. Por outro lado, integrantes do STF ressaltam que a citação é uma etapa obrigatória do processo penal e que a participação em lives evidencia a capacidade de compreensão e comunicação do réu.

A situação adiciona tensão ao cenário político nacional, reacendendo o debate sobre os limites entre Justiça, saúde e imagem pública, em um momento em que o ex-presidente tenta manter influência sobre sua base política e jurídica.

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