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Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado um grave aumento nas queimadas, resultando em um número alarmante de focos de calor. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o número de focos de calor no país mais que dobrou em comparação com o ano passado. Até ontem, foram registrados 159.411 focos, em comparação com 79.315 no mesmo período de 2023. Em todo o ano passado, o total foi de aproximadamente 189 mil. A maior parte dos registros foi concentrada na Amazônia e no Cerrado, com Mato Grosso, Pará e Amazonas sendo os estados mais afetados.

Qualidade do Ar e Situação de Emergência

A crise de qualidade do ar é particularmente grave em São Paulo, que foi classificada como a metrópole com a pior qualidade do ar no mundo, segundo a plataforma suíça IQAir. A qualidade do ar foi considerada “boa” apenas em quatro dias ao longo de um mês, com a maioria dos dias recebendo classificações de “moderada” a “insalubre”. Devido aos incêndios, a Defesa Civil estadual em São Paulo estendeu os alertas de risco de incêndio até o próximo sábado. O estado está em situação de emergência em oito cidades, com um aumento de 386% nos focos de calor entre janeiro e agosto de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023.

A fumaça dos incêndios está impactando a saúde humana, com pesquisadores como Mellanie Fontes-Dutra destacando riscos ao sistema nervoso, incluindo alterações cerebrais e distúrbios neurológicos como transtornos de ansiedade.

Desafios para o Combate às Queimadas

Apesar dos esforços para reverter o desmonte do setor ambiental promovido anteriormente, o governo federal enfrenta sérias dificuldades no combate às queimadas e na mitigação dos efeitos da seca. Especialistas apontam falta de pessoal, equipamentos e integração entre diferentes esferas de governo como principais obstáculos. Além disso, a bancada ruralista no Congresso reduziu o orçamento do Ibama para prevenção e barrou a criação de uma autoridade climática centralizada.

A seca severa tem agravado ainda mais a situação. Quase 200 cidades brasileiras registraram umidade relativa do ar abaixo ou igual à do deserto do Saara no último domingo, com os piores índices em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. O rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, atingiu seu menor nível desde o início do monitoramento em 1967, com apenas 86 centímetros em Porto Velho. Como resultado da baixa vazão, as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio estão operando com apenas 20% e 14% de sua capacidade, respectivamente.

Medidas Emergenciais e Resposta Governamental

Diante dessa crise, é essencial que o governo federal, estados e municípios fortaleçam a coordenação e a implementação de políticas eficazes para enfrentar os incêndios e a seca. O aumento das queimadas e a crise hídrica exigem uma resposta integrada que combine esforços de prevenção, combate a incêndios e mitigação dos efeitos ambientais e de saúde.

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