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A tensão militar entre Venezuela e Estados Unidos voltou a escalar com força nesta semana. Com três destróieres norte-americanos se aproximando das fronteiras marítimas venezuelanas, o presidente Nicolás Maduro anunciou nesta quarta-feira (20) a mobilização de quatro milhões de milicianos para, segundo ele, “defender a soberania nacional” em caso de uma eventual ação militar americana no Caribe.

A movimentação dos EUA ocorre paralelamente ao envio de cerca de quatro mil fuzileiros navais à região, sob a justificativa oficial de combate ao tráfico de drogas. No entanto, Caracas enxerga a operação como um ato de provocação e possível prelúdio de intervenção, especialmente após declarações recentes do ex-presidente Donald Trump — que reassumiu protagonismo na política externa republicana — acusando Maduro de ligação direta com o Tren de Aragua, um dos mais poderosos cartéis de narcotráfico da América Latina, com base na Venezuela.

“Estamos diante de uma ameaça real. O império quer nossas riquezas, quer nosso petróleo, nossa soberania. Por isso, convoquei os quatro milhões de milicianos da pátria para defender cada palmo do nosso território”, disse Maduro, em pronunciamento transmitido em rede nacional.

A presença militar norte-americana no Caribe reacende memórias da política de “pressão máxima” adotada por Trump em seu mandato anterior, que incluiu sanções econômicas severas e tentativas fracassadas de apoiar movimentos de oposição para derrubar o regime chavista.

Nos bastidores da diplomacia, cresce o temor de um novo capítulo de instabilidade na região. Países vizinhos observam com apreensão o acirramento entre Caracas e Washington, enquanto analistas alertam para os riscos de um conflito armado sob a fachada do combate ao narcotráfico.

Com a Venezuela mergulhada em crise humanitária, econômica e institucional há anos, o novo foco de tensão pode reconfigurar as prioridades geopolíticas dos Estados Unidos na América Latina — e reacender debates sobre os limites da intervenção estrangeira no continente.

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