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Governo dos EUA volta a atacar Moraes, e Itamaraty reage: “ataque à soberania”

A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos atravessa um novo momento de tensão após declarações contundentes do vice-secretário do Departamento de Estado norte-americano, Christopher Landau, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em uma publicação na rede social X — republicada em português pela conta oficial da embaixada americana —, Landau acusou Moraes de concentrar “poderes ditatoriais” e de ter “destruído a histórica relação de proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos”.

A resposta do Itamaraty foi imediata. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou a postagem como um “ataque frontal à soberania brasileira” e expressou “profunda preocupação com o teor e o momento da declaração”. O episódio reacende o atrito diplomático entre os dois países, em especial no contexto da polarização política brasileira e do cerco jurídico a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nos bastidores, o grupo político de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, avalia que outras autoridades brasileiras estão na mira de Washington. De acordo com interlocutores, cresce entre os aliados bolsonaristas a convicção de que o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderão ser os próximos alvos de sanções por parte dos EUA.

Eduardo Bolsonaro, inclusive, tem uma viagem marcada para Washington nesta quarta-feira, onde deve se reunir com representantes da Casa Branca. O encontro ocorre em meio a rumores de articulações entre setores conservadores brasileiros e americanos, especialmente após a recente reeleição de Donald Trump, que tem mantido uma linha mais direta de críticas ao Judiciário brasileiro.

Julgamento de Bolsonaro pode se arrastar até 2026
Enquanto o cenário internacional esquenta, no Brasil os olhos se voltam para o Supremo Tribunal Federal. O jornalista Elio Gaspari revelou que há sinais fortes de que o ministro Luiz Fux pedirá vistas no julgamento da suposta trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro, o que deve atrasar o desfecho do processo. “É improvável que o julgamento de Bolsonaro termine em setembro e é possível que ele entre pelos primeiros meses de 2026”, avaliou Gaspari.

O possível adiamento amplia a incerteza política no país às vésperas das eleições municipais de 2026 e aumenta a pressão sobre o STF, alvo de críticas intensificadas tanto internamente quanto em foros internacionais.

O aumento do tom por parte do governo dos EUA contra ministros da Suprema Corte brasileira sinaliza não apenas um momento delicado nas relações bilaterais, mas também o impacto das disputas políticas domésticas do Brasil no cenário geopolítico global.

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