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A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou nesta quinta-feira (9) o bloqueio de contas bancárias de 12 associações suspeitas de envolvimento em fraudes nos descontos aplicados sobre aposentadorias e benefícios pagos pelo INSS. Segundo o órgão, as entidades atuariam com o único objetivo de aplicar golpes, com fortes indícios de que pagavam propina a agentes públicos para viabilizar os desvios.

A medida ocorre após investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontarem um esquema que remonta a 2016, mas que teria se intensificado a partir de 2021. As entidades envolvidas seriam responsáveis por descontar valores indevidos dos benefícios de segurados sem autorização ou com autorizações forjadas.

No entanto, a AGU deixou de fora do pedido de bloqueio quatro entidades investigadas, incluindo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ausência do Sindnapi na lista gerou questionamentos nos bastidores políticos, mas até o momento a AGU não se pronunciou oficialmente sobre os critérios para exclusão.

Crise interna no governo
A revelação do escândalo gerou um novo abalo interno no governo federal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou publicamente a CGU, alegando que a alta cúpula do governo não foi alertada previamente sobre o esquema fraudulento. A fala de Costa teria gerado mal-estar com o corregedor-geral Vinícius Carvalho, além de irritar o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, aprofundando a tensão entre alas do governo.

Notificação aos aposentados
Enquanto isso, o INSS prepara a notificação dos aposentados e pensionistas afetados, que será enviada na próxima terça-feira (14) pelo aplicativo Meu INSS. Os beneficiários serão questionados se autorizaram ou não os descontos, e a partir dessa resposta, será verificado quem tem direito ao ressarcimento. O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, determinou ainda a suspensão de novos descontos de empréstimos consignados, como medida de contenção imediata.

O governo ainda não anunciou um calendário para devolução dos valores indevidamente cobrados, deixando milhares de segurados em expectativa. O caso amplia a pressão sobre a gestão federal, que já enfrenta críticas sobre falta de controle e transparência em contratos e convênios firmados com entidades sindicais e associações de classe.

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