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O mundo amanheceu de luto nesta segunda-feira com a notícia da morte do papa Francisco, aos 88 anos, em Roma. O primeiro pontífice latino-americano da história faleceu às 7h35 (horário local), segundo comunicado oficial lido pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano. A nota não especifica a causa da morte, apenas informa que “o bispo de Roma, Francisco, retornou para a casa do Pai”, enaltecendo seu legado de fé, coragem e amor universal, especialmente para com os pobres e marginalizados.

A partida de Jorge Mario Bergoglio, argentino de origem e jesuíta de formação, marca o fim de uma era e abre um novo capítulo de incertezas para a Igreja Católica, que conta com cerca de 1,4 bilhão de fiéis em todo o mundo. Caberá agora ao cardeal Farrell organizar o conclave que escolherá o novo ocupante do Trono de São Pedro.

Um pontificado de mudança e confronto com tradições

Desde que assumiu o papado em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco marcou seu pontificado por uma postura de proximidade com os excluídos e por um discurso mais humano e acolhedor. Embora não tenha promovido mudanças doutrinárias profundas, ele provocou transformações simbólicas importantes, como a abertura de diálogo com divorciados, a comunidade LGBTQIA+ e outros grupos historicamente marginalizados pela Igreja.

Seu posicionamento incomodou setores mais conservadores do clero, que o acusavam de relativismo e frouxidão doutrinária. Ainda assim, o papa manteve firme sua defesa de valores tradicionais como o celibato sacerdotal, a não ordenação de mulheres e a oposição ao aborto. Ao mesmo tempo, teve uma postura contundente diante de escândalos de abuso sexual e corrupção na Igreja, cobrando responsabilidade e promovendo investigações internas.

Saúde fragilizada e especulações sobre a causa da morte

Apesar de manter uma rotina ativa até os últimos meses, Francisco enfrentava problemas de saúde há décadas. Teve parte de um pulmão removido ainda na juventude, o que lhe causava dificuldades respiratórias. Em fevereiro deste ano, foi internado com pneumonia dupla, o que agravou seu quadro clínico. A imprensa italiana especula que o pontífice possa ter sofrido um derrame, embora o Vaticano não tenha confirmado essa informação. Nos últimos anos, aparecia com frequência em cadeira de rodas, após cirurgias intestinais realizadas em 2021 e 2023.

Legado e desafios futuros

Com seu carisma, humildade e gestos simbólicos — como a recusa em usar roupas pontifícias luxuosas ou morar nos aposentos papais tradicionais — Francisco conquistou milhões de fiéis e deu novo fôlego à Igreja Católica em meio a crises de credibilidade. Seu legado é de empatia, diálogo e abertura, mas também de tensões internas e desafios não resolvidos.

A escolha de seu sucessor colocará à prova o rumo que a Igreja pretende seguir nos próximos anos: manter o caminho das reformas e da inclusão ou retornar a uma postura mais conservadora. O conclave, ainda sem data definida, promete ser um dos mais observados dos últimos tempos.

Francisco deixa a história como o papa que trouxe a voz do sul global para o centro da cristandade, e cujo legado continuará ressoando nos corações dos que acreditam em uma Igreja mais próxima dos que mais precisam.

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