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Um turista americano, identificado como Mykhailo Viktorovych Polyakov, foi preso na Índia após tentar, ilegalmente, entrar em contato com o povo Sentinelese, uma das comunidades mais isoladas e protegidas do mundo. O incidente ocorreu em 29 de março, quando Polyakov, um youtuber de 24 anos, partiu sozinho em um barco inflável rumo à ilha de Sentinela do Norte, nas Ilhas Andamão e Nicobar. Ele levou consigo uma Coca-Cola Diet, um coco e uma câmera para registrar o encontro.

Segundo informações da polícia indiana, o turista desembarcou na costa nordeste da ilha, deixou as oferendas, coletou amostras de areia e filmou a ação. Polyakov não encontrou nenhum membro do povo indígena, mas tentou chamar a atenção com assobios a partir de seu barco. Após retornar a Port Blair, capital do arquipélago, ele foi detido em 31 de março e acusado de violar a lei de proteção aos povos indígenas.

A entrada na ilha é proibida por lei para proteger a comunidade Sentinelese, que vive de forma autossuficiente e já reagiu com violência a tentativas de contato. Em 2018, um missionário americano foi morto por flechas ao tentar realizar uma abordagem semelhante. Em 2006, dois pescadores foram assassinados após se aproximarem da ilha. Essas reações violentas visam proteger o povo contra doenças externas, como gripe ou sarampo, que poderiam dizimar a população indígena, que não tem imunidade para tais doenças.

Polyakov, que planejou a viagem cuidadosamente, estudando marés e acessos, deve comparecer ao tribunal em 17 de abril, enfrentando até cinco anos de prisão e uma multa. Durante o interrogatório, o turista alegou que sua motivação foi uma “paixão por aventura” e o desejo de enfrentar desafios extremos. No entanto, a polícia indiana afirmou que suas ações colocaram em risco a segurança e o bem-estar do povo Sentinelese.

A ONG Survival International condenou a tentativa de contato e alertou sobre os riscos que ações como essas representam. Caroline Pearce, diretora da organização, ressaltou que os povos isolados não têm imunidade para doenças externas e que tentar contatar essas comunidades é uma violação de seus direitos e uma ameaça às suas vidas.

O Departamento de Estado dos EUA confirmou que está ciente da prisão, mas se absteve de comentar sobre o caso, citando questões de privacidade. O episódio destaca a importância das leis de proteção aos povos indígenas e o respeito pelas culturas isoladas, que devem ser preservadas sem interferência externa.

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