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O Tarifaço de Trump: O Impacto de uma Decisão Econômica Polêmica

Em uma tentativa de promover o que chamou de “libertação” econômica dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou uma série de tarifas comerciais para o mundo, buscando pressionar nações estrangeiras, amigas e inimigas, que segundo ele, vinham “saqueando” a economia americana. No entanto, a decisão foi recebida com críticas severas, com a revista The Economist sugerindo que o nome mais apropriado para o dia seria o “Dia da Ruína”. A publicação descreveu as tarifas como “o erro econômico mais profundo, prejudicial e desnecessário da Era Moderna”, comparando-as ao desastre histórico da Grande Depressão de 1929.

A lógica por trás das tarifas, segundo Trump, é que o déficit comercial enfraquece os Estados Unidos. No entanto, analistas apontam que isso reflete escolhas domésticas e não falhas no comércio global. As tarifas impostas não trarão os trilhões de dólares prometidos por Trump, mas sim aumentarão os custos de produtos importados e prejudicarão a competitividade da indústria americana.

A reação internacional foi imediata e vigorosa. Países como o Canadá e a França anunciaram tarifas retaliatórias, enquanto a China também se posicionou contra as medidas, prometendo contramedidas contra produtos agrícolas e o setor de gás. Além disso, a Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que as tarifas poderiam contrair o comércio global em 1%, prejudicando as cadeias globais de abastecimento e violando o sistema de comércio multilateral.

O impacto financeiro foi instantâneo. As maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Apple, Nvidia, Microsoft e Amazon, viram suas ações desabarem, com a Apple sofrendo uma queda histórica de 9% em um único dia. A empresa, que depende fortemente da produção na China, enfrentou a perspectiva de um aumento significativo nos preços de seus produtos, com um iPhone podendo ficar até 43% mais caro.

Nas bolsas internacionais, a reação foi igualmente negativa. Wall Street teve seu pior dia desde março de 2020, com perdas acentuadas em todos os índices principais. Enquanto isso, o petróleo e o bitcoin também sofreram quedas significativas, sinalizando a desaceleração econômica global.

Embora o impacto no Brasil tenha sido menos pronunciado, o Ibovespa fechou em leve queda, refletindo as turbulências internacionais. O dólar, por sua vez, caiu, mas o governo brasileiro, através do vice-presidente Geraldo Alckmin, indicou que não retaliaria os EUA, optando por manter o foco no diálogo e na negociação.

Figuras proeminentes, como Jonathan Last e Lawrence H. Summers, criticaram fortemente a política tarifária de Trump, afirmando que as tarifas baseadas em premissas erradas poderiam desestabilizar a economia americana e a ordem global. Summers, em particular, comparou a política econômica de Trump a teorias científicas desacreditadas, destacando o risco de um retrocesso econômico impulsionado por decisões mal fundamentadas.

Em resumo, o tarifaço de Trump não apenas abalou a economia global, mas também expôs as fragilidades de uma estratégia econômica sustentada por premissas erradas, com impactos negativos para os mercados financeiros e o comércio internacional. A longo prazo, as consequências de sua política protecionista poderão ser ainda mais devastadoras, caso o conflito comercial global continue a se intensificar.

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