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Mesmo tendo jurado “preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos” ao assumir seu segundo mandato, o presidente Donald Trump voltou a causar polêmica ao afirmar, em entrevista ao programa Meet the Press, que não sabe se “deve ou não cumpri-la”. A declaração surgiu no contexto de sua promessa de acelerar um plano de deportações em massa, que, segundo ele, estaria acima do devido processo legal garantido pela Quinta Emenda.

A fala gerou ampla repercussão, uma vez que o devido processo legal é um dos pilares do sistema jurídico norte-americano. Ainda na entrevista, Trump negou a intenção de disputar um terceiro mandato, o que é vetado pela Constituição. “Serei um presidente de oito anos”, afirmou, numa tentativa de minimizar especulações sobre sua permanência no poder além do permitido.

Trump também se envolveu em nova controvérsia ao divulgar em sua rede Truth Social uma imagem gerada por inteligência artificial que o retrata vestido como o papa. A publicação foi amplamente criticada por autoridades religiosas. A Conferência Católica do Estado de Nova York reagiu: “Não há nada de inteligente ou engraçado nessa imagem, sr. Presidente”, destacou em nota. Apesar do tom de sátira, a imagem chegou a ser compartilhada pela conta oficial da Casa Branca no X (antigo Twitter), gerando constrangimento entre católicos norte-americanos.

Em mais uma promessa polêmica, o presidente anunciou que irá reabrir a prisão de Alcatraz, desativada desde 1963 e símbolo histórico de brutalidade policial. Além disso, declarou que filmes produzidos fora dos Estados Unidos sofrerão uma tarifa de 100%, numa medida que pode impactar profundamente o mercado global do entretenimento.

Enquanto isso, seu secretário de Estado, Marco Rubio, causou um incidente diplomático ao afirmar que a Alemanha é uma “tirania disfarçada”. O comentário foi feito após o governo alemão classificar o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) como uma “organização extremista”, permitindo que seus líderes sejam monitorados pelos serviços de inteligência. “Isso não é democracia”, escreveu Rubio nas redes. Em resposta, o Ministério do Exterior da Alemanha defendeu a medida como fruto de “uma investigação rigorosa” e reafirmou o compromisso com a democracia: “Aprendemos com nossa História que o extremismo de direita tem de ser contido”.

As declarações de Trump e seus aliados, somadas ao uso de imagens manipuladas e medidas de viés autoritário, têm ampliado as tensões políticas e diplomáticas, num cenário que pressiona as instituições americanas e reacende alertas sobre os limites do poder presidencial.

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