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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), presta depoimento nesta sexta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga uma suposta trama golpista articulada após as eleições de 2022. A oitiva ocorre em meio a grande expectativa sobre o posicionamento de Tarcísio diante dos atos antidemocráticos promovidos por Bolsonaro e seus aliados no período pós-eleitoral.

Ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e considerado um dos nomes mais relevantes do bolsonarismo moderado, Tarcísio tem reiterado, em conversas com aliados, que nunca presenciou ou identificou qualquer intenção golpista por parte do ex-presidente. Seu depoimento poderá reforçar a tese da defesa de que não houve uma articulação formal para reverter o resultado das urnas.

Na contramão dessa narrativa, o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco confirmou ao STF que Bolsonaro questionou a validade do pleito logo após o segundo turno. Segundo Bianco, o então presidente o procurou acompanhado dos comandantes das Forças Armadas e do ministro da Defesa para saber se havia algum obstáculo jurídico à reversão do resultado eleitoral. Bianco relatou que respondeu de forma categórica, afirmando que as eleições foram “transparentes”.

O depoimento de Tarcísio ocorre em um momento crítico do processo, que busca esclarecer até que ponto houve articulação institucional para um golpe de Estado. As investigações do STF já colheram elementos que indicam a existência de reuniões com militares e civis, além da produção de minutas de decretos que visavam intervir no funcionamento das instituições democráticas.

Aliado de Bolsonaro, mas com ambições próprias, Tarcísio vem tentando se distanciar dos episódios mais radicais do bolsonarismo, mantendo um discurso mais institucional à frente do governo de São Paulo. Seu depoimento, portanto, é visto não apenas como um ato jurídico, mas também como uma movimentação política de alto impacto no cenário nacional.

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