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STF julga denúncia contra ex-diretor da PRF e outros suspeitos de tentativa de golpe em favor de Bolsonaro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (22) a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seis suspeitos de participação em uma tentativa de golpe de Estado com o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

Entre os acusados está o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, apontado como um dos principais articuladores das ações que visaram interferir no processo eleitoral, especialmente no segundo turno. Segundo reportagem da jornalista Malu Gaspar, documentos obtidos pela investigação mostram que Vasques atuou para tentar apagar rastros da operação montada no Nordeste, região onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava com folga nas pesquisas de intenção de voto.

As ações da PRF no dia da eleição foram alvo de diversas denúncias na época. Policiais montaram dezenas de barreiras e operações em estradas, dificultando o acesso de eleitores — sobretudo em estados do Nordeste — aos locais de votação. A conduta da corporação foi considerada atípica e motivou questionamentos tanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto no STF.

A denúncia da PGR inclui acusações de tentativa de abolição do Estado democrático de direito, associação criminosa e uso da máquina pública para fins eleitorais. A avaliação da denúncia marca um novo capítulo na responsabilização de envolvidos nas articulações golpistas que se intensificaram entre o segundo turno das eleições e os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O julgamento é considerado simbólico por envolver figuras ligadas diretamente à estrutura do Estado e ao uso institucional da força em favor de um projeto político autoritário. Se a Primeira Turma do STF aceitar a denúncia, os acusados se tornarão réus e passarão a responder formalmente pelas ações investigadas.

A expectativa é de que o julgamento seja concluído ainda nesta semana. O processo ocorre em meio a outros desdobramentos da ampla investigação sobre a tentativa de ruptura institucional promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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