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A pedido do ministro Alexandre de Moraes, o presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, agendou duas sessões extraordinárias para esta quarta-feira, dia 11 de setembro, com o objetivo de acelerar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Com a medida, está mantida a previsão de que o veredito final seja anunciado na sexta-feira, dia 12.

O julgamento será retomado amanhã com o voto de Moraes, relator do processo, que deve ocupar boa parte da sessão. A expectativa é de um posicionamento enfático em defesa da democracia e das instituições, linha já adotada pelo ministro em manifestações anteriores sobre os ataques de 8 de janeiro e seus desdobramentos.

Nos bastidores do Supremo, a maioria dos ministros da Primeira Turma já deu sinais claros sobre como deve votar, acompanhando majoritariamente o relator. No entanto, uma incógnita persiste: o voto de Luiz Fux. Terceiro a se manifestar, o ministro é visto como uma esperança pelos advogados de defesa. Embora tenha seguido Moraes em condenações anteriores, Fux já divergiu em relação às penas aplicadas e, recentemente, demonstrou ceticismo quanto à validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O avanço do julgamento ocorre em meio à escalada de tensões políticas no país. No último 7 de Setembro, manifestações organizadas por apoiadores de Bolsonaro cobraram anistia ampla aos acusados, com críticas diretas ao STF e, em especial, a Moraes. O endurecimento do discurso bolsonarista foi interpretado como uma tentativa de pressionar o Supremo e manter coesa a base de apoio ao ex-presidente.

A expectativa é de que, até sexta-feira, todos os votos sejam apresentados e o julgamento seja concluído, dando uma resposta institucional a um dos episódios mais delicados da democracia brasileira desde a redemocratização. O resultado, além de definir o futuro de Bolsonaro na Justiça, deve balizar os rumos políticos da direita nos próximos anos.

No 7 de Setembro, bolsonarismo pressiona por anistia e expõe disputa interna pela herança política de Bolsonaro

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