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Com queda nos spreads e forte demanda, debêntures de infraestrutura se consolidam como destaque no mercado de crédito privado

O apetite por crédito privado segue firme em 2025, impulsionado por um ambiente de juros elevados e pela busca de alternativas rentáveis à renda fixa tradicional. Segundo relatório do BTG Pactual, os spreads das debêntures de infraestrutura — ou seja, a diferença entre o retorno desses papéis e os títulos públicos equivalentes — caíram ao menor nível em cinco anos. A diferença frente ao Tesouro IPCA+, por exemplo, encolheu para apenas 14 pontos-base, evidenciando a forte demanda por esses ativos.

Esse movimento é reflexo direto da confiança dos investidores em ativos lastreados em projetos de longo prazo, como energia, transporte e saneamento, além da atratividade das debêntures incentivadas, que oferecem isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

Até agosto, fundos de infraestrutura captaram mais de R$ 40 bilhões no ano, um avanço significativo que também reflete o apetite crescente de investidores institucionais. No varejo de alta renda, o aumento das alocações foi de 27% no primeiro semestre, totalizando R$ 6,4 bilhões investidos no segmento.

O crescimento também se manifesta no mercado secundário, onde o volume médio diário de negociações chegou a R$ 2,9 bilhões até meados de agosto, um aumento de 24% em relação a julho. Debêntures incentivadas representaram 35% desse volume, reforçando sua posição como protagonistas do mercado de crédito privado.

Com a expectativa de queda na taxa Selic em 2026 e a pressão sobre a rentabilidade de produtos mais conservadores, as debêntures, especialmente as de infraestrutura, tendem a seguir como uma das alternativas mais sólidas e rentáveis para quem busca diversificação e retorno real no médio e longo prazo.

A combinação de baixa nos spreads, maior liquidez no mercado secundário e isenção fiscal mantém as debêntures como peça central na carteira de investidores qualificados e no fortalecimento do financiamento de projetos estruturais no Brasil.

Com juros altos e inflação fora da meta, debêntures ganham força e batem recordes de captação no Brasil

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