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PT pede cassação de Eduardo Bolsonaro por lobby contra Judiciário; Lula age para evitar sanções dos EUA a Moraes

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta semana um pedido de cassação do mandato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), junto à Comissão de Ética da Casa. A solicitação é baseada na acusação de que o parlamentar violou o decoro parlamentar ao fazer lobby internacional para a aplicação de sanções dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Segundo Lindbergh, Eduardo Bolsonaro abusou das prerrogativas constitucionais do cargo ao atuar de forma “incompatível com o interesse nacional” e ao incentivar interferência externa nos assuntos internos do Brasil, especialmente no funcionamento do Judiciário. A articulação envolveu reuniões e trocas de informações com parlamentares norte-americanos, incluindo o senador Marco Rubio, que tem defendido abertamente a imposição de sanções a Moraes.

Gonet recua e considera investigação

O caso também provocou repercussão no Ministério Público Federal. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, que em março deste ano havia se posicionado contra a abertura de uma investigação contra Eduardo Bolsonaro, mudou de opinião após o endurecimento do discurso de Marco Rubio. Com a escalada da tensão diplomática, Gonet agora avalia a possibilidade de investigar o deputado licenciado, diante das novas evidências e do risco real de interferência internacional na soberania brasileira.

Lula age para conter crise internacional

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atuado nos bastidores diplomáticos para conter o avanço da pressão norte-americana sobre o STF. Segundo fontes do Planalto, Lula tem sido informado diariamente sobre o tema pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e coordenado pessoalmente a estratégia do Itamaraty para proteger o Judiciário brasileiro de possíveis sanções externas.

O Planalto vê como grave a tentativa de Eduardo Bolsonaro de internacionalizar disputas políticas internas, o que pode colocar em xeque a soberania nacional e o princípio da separação entre os Poderes. Lula tem reiterado a diplomatas norte-americanos que o Brasil é um Estado Democrático de Direito e que o STF age dentro dos limites constitucionais.

Marco Rubio e o risco de sanções

As declarações recentes do senador Marco Rubio, influente figura republicana no Senado dos EUA, acirraram ainda mais o cenário. Rubio afirmou que há chances concretas de o governo americano aplicar sanções contra Alexandre de Moraes, sob a justificativa de “abuso de poder” — narrativa amplamente impulsionada por setores bolsonaristas.

O posicionamento gerou preocupação no Itamaraty e nos meios jurídicos brasileiros, sendo visto como uma ameaça direta à independência do Poder Judiciário e uma violação da autodeterminação dos povos, princípio basilar da diplomacia brasileira.

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