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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, protocolou ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação que questiona a constitucionalidade das chamadas “emendas PIX”. Essas emendas permitem a transferência direta de recursos indicados por parlamentares para prefeituras e governos estaduais, sem uma definição clara sobre o uso dos valores. Gonet argumenta que o sistema, criado em 2019, compromete a transparência e a rastreabilidade dos gastos públicos, e viola princípios constitucionais como o pacto federativo, a separação dos Poderes e os limites da Constituição para alterações em seu texto.

Na petição, o procurador solicita a suspensão imediata das emendas até que o STF se debruce sobre o mérito da ação. Ele ressalta que a falta de controle sobre esses recursos é particularmente preocupante em períodos eleitorais, quando o uso do dinheiro público pode ser ainda mais suscetível a abusos.

Até o momento, parlamentares já indicaram R$ 8,2 bilhões em “emendas PIX”, com R$ 7,6 bilhões já liberados. Em resposta à ação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e às decisões do ministro Flávio Dino, do STF, o Congresso está se mobilizando para retaliar. Há até ameaças de que o governo possa enfrentar dificuldades na formulação das regras orçamentárias para 2025.

Em um movimento imediato, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Julio Arcoverde (PP-PI), decidiu adiar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), originalmente agendada para a segunda quinzena de agosto. A votação está prevista para ocorrer após as eleições municipais de outubro. Além disso, parlamentares estão planejando mudanças no projeto da LDO para assegurar o controle do Orçamento e evitar o cancelamento das emendas.

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