0

Crise na COP30: países pedem mudança de sede após escassez de leitos e preços abusivos em Belém

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, confirmou nesta quinta-feira (1º) que alguns países já solicitaram oficialmente que a conferência climática da ONU deixe de ser realizada em Belém, capital do Pará. A principal razão é a falta de leitos disponíveis para acomodar as delegações internacionais, agravada pela cobrança de preços considerados abusivos pela rede hoteleira local.

Segundo Corrêa do Lago, o setor hoteleiro da cidade passou a praticar tarifas até dez vezes superiores ao valor normal, ultrapassando em muito os reajustes vistos em edições anteriores da conferência climática. “Em outros países, os valores subiram no máximo três vezes. O que está acontecendo em Belém é completamente fora do padrão e está prejudicando a credibilidade do evento”, afirmou o diplomata.

A denúncia expõe um problema logístico e reputacional sério para o Brasil, que apostou na realização da COP30 em Belém como símbolo do protagonismo amazônico na agenda ambiental global. A cidade foi escolhida justamente por estar no coração da floresta e por representar um apelo político forte na luta contra o desmatamento e pelas mudanças climáticas.

Setor hoteleiro sob críticas

A escalada nos preços da hospedagem tem gerado desconforto entre as delegações internacionais e colocado em xeque a capacidade da cidade de receber um evento do porte da COP30, previsto para 2025. Com milhares de participantes entre chefes de Estado, ministros, ONGs, cientistas e jornalistas, a conferência exige infraestrutura adequada em transporte, tecnologia e, principalmente, acomodações.

Corrêa do Lago não descartou a possibilidade de realocação do evento, embora tenha reiterado o compromisso do governo brasileiro em manter Belém como sede. Nos bastidores, fontes do Itamaraty reconhecem que a situação é crítica e já há conversas com autoridades locais e com o setor turístico para conter a especulação.

Oportunidade em risco

A COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil se firmar como líder na transição verde e para o Norte do país ganhar visibilidade internacional. No entanto, o episódio evidencia a necessidade de planejamento e regulação mais rígida sobre o setor privado em grandes eventos.

Caso o problema não seja resolvido rapidamente, o risco de perda da sede se torna real, o que causaria não apenas prejuízos à imagem do Brasil, mas também o esvaziamento de um marco simbólico na luta pelo futuro da Amazônia.

Agora, o foco está em negociações urgentes com o setor hoteleiro e medidas emergenciais para garantir acomodações acessíveis e suficientes. O relógio corre contra Belém — e contra a ambição brasileira de fazer da COP30 um divisor de águas na história climática do planeta.

Liga Árabe exige desarmamento do Hamas e entrega de Gaza à Autoridade Palestina

Artigo anterior

Lei sancionada por Lula proíbe uso de animais em testes de cosméticos e higiene no Brasil

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Notícias