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Três postos de combustíveis licenciados com a marca Corinthians operam em endereços ligados a alvos da Operação Carbono Oculto, que investiga um vasto esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. Os estabelecimentos aparecem registrados na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e chegaram a ser divulgados pelo próprio clube em seu site oficial. As informações são do portal g1 São Paulo.

Em nota, o Sport Club Corinthians Paulista afirmou que não administra diretamente os estabelecimentos e que os postos funcionam por meio de uma empresa licenciada, responsável pela intermediação com os proprietários dos pontos comerciais que utilizam a marca do clube. O Corinthians, que não é alvo direto da operação, informou ainda que acompanha as investigações e que poderá adotar medidas jurídicas relacionadas aos contratos, caso julgue necessário.

A Operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal, Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Receita Federal, revelou que 15 investigados por lavagem de dinheiro ligada ao PCC são sócios de 251 postos de combustíveis distribuídos por quatro estados brasileiros. A maioria está localizada em São Paulo (233), com concentração na Grande São Paulo e Baixada Santista. Os demais se dividem entre Goiás (15), Paraná (2) e Minas Gerais (1).

Do total de estabelecimentos, quase metade (127) opera sem bandeira, enquanto os demais estão vinculados às distribuidoras Ipiranga (52), Rodoil (33), BR Petrobras (29) e Shell (12) — nenhuma delas foi alvo direto da investigação até o momento.

As investigações indicam que os postos são usados para esquentar o dinheiro obtido com outras atividades criminosas. Um cruzamento de dados feito pelo g1 entre as informações da operação e a base pública da ANP identificou a ligação entre os nomes dos investigados com os postos de combustíveis registrados. O Ministério Público de São Paulo não confirmou se todos os 251 estabelecimentos estão sendo investigados, alegando sigilo nas apurações.

Além disso, a Receita Federal estima que mais de mil postos podem ter sido utilizados pelo esquema do PCC, embora não tenha divulgado a lista completa. No dia 29 de agosto, um dia após a deflagração da operação, 22 carretas carregadas com combustíveis de empresas investigadas foram abandonadas em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo a PF, 13 dessas carretas pertenciam à G8Log, empresa de fachada usada para ocultar frota e lavar capitais do grupo criminoso.

A Operação Carbono Oculto é considerada uma das maiores ações recentes contra o braço financeiro do PCC e expõe os métodos sofisticados de infiltração do crime organizado em setores estratégicos da economia, como o de combustíveis e o de tecnologia financeira (fintechs).

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