0

Após um dia da decisão que tornou Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento da investigação contra o ex-presidente por suposta fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19. A decisão foi fundamentada pela alegação de falta de provas suficientes para sustentar uma denúncia formal.

De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou ter agido sob ordens de Bolsonaro na manipulação dos dados de vacinação, não foi corroborada por outras testemunhas ou evidências. Por essa razão, o caso não poderia avançar. A PGR também apontou que, apesar da inserção de informações falsas nos certificados de vacinação de Bolsonaro e sua filha, Laura, de 14 anos, em dezembro de 2022, não há indícios de que tais documentos tenham sido de fato utilizados.

A investigação da Polícia Federal revelou que o esquema envolvia o tenente-coronel Cid, o ex-major Ailton Barros e o secretário de Governo de Duque de Caxias, João Carlos Brecha, que foram responsáveis pela inserção dos dados no sistema do Ministério da Saúde. No entanto, o ex-presidente negou qualquer envolvimento ou uso dos certificados fraudulentos.

O procurador-geral Paulo Gonet esclareceu que a lei proíbe a aceitação de uma denúncia baseada exclusivamente nas declarações de um colaborador, como foi o caso de Cid. Em sua argumentação, ele reforçou a necessidade de outras provas que sustentem a acusação, ressaltando que a situação se diferencia da investigação sobre a tentativa de golpe, onde houve evidências independentes que corroboraram os depoimentos.

Curiosamente, o pedido de arquivamento não foi bem recebido por parte dos apoiadores de Bolsonaro. Para muitos políticos e juristas, a decisão enfraquece a narrativa bolsonarista de perseguição política e fortalece outras acusações, que já possuem elementos mais sólidos. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, chegou a sugerir sem provas que o pedido foi feito em conluio com a PGR e o ministro Alexandre de Moraes, embora essa teoria não tenha ganho força.

O caso agora aguarda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que terá a palavra final sobre o arquivamento da investigação. Além disso, nos bastidores, ministros do STF e agentes federais discutem possibilidades de fuga de Bolsonaro, caso ele venha a ser condenado. Entre as opções especuladas, uma possível fuga por terra para a Argentina, governada por seu aliado Javier Milei, e em seguida, um voo rumo aos Estados Unidos, onde reside seu filho Eduardo. Outra possibilidade seria a utilização de um jatinho particular para deixar o país.

Esse episódio continua a alimentar os debates políticos no Brasil, à medida que novas denúncias e investigações sobre o ex-presidente seguem em andamento.

YouTube Mudará Critério para Contabilizar Visualizações no Shorts a Partir de 31 de Março

Artigo anterior

Pesquisa do Ipespe Aponta Lula e Tarcísio como Principais Potenciais Candidatos à Presidência em 2026

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Brasil