0

A Polícia Federal (PF) revelou, na quarta-feira (10), um suposto plano de interferência na investigação do caso das “rachadinhas” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). De acordo com a PF, um áudio indica a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem – atualmente deputado federal pelo PL – e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, na tentativa de anular a investigação.

Investigação e Operação Última Milha

A revelação faz parte da quarta fase da Operação Última Milha, que investiga o uso indevido da estrutura da Abin. O conteúdo da gravação sugere que os envolvidos discutiam estratégias para obstruir a investigação contra Flávio Bolsonaro, acusado de desvio de dinheiro público.

Repercussões e Prisões

A operação resultou na prisão de cinco pessoas e provocou grande repercussão no cenário político nacional. Senadores como Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Omar Aziz (PSD-AM), supostamente alvo de espionagem ilegal, manifestaram-se publicamente. Randolfe afirmou que “a violação dos direitos fundamentais à vida privada, à honra e ao sigilo pessoal remetem às páginas mais autoritárias e obscuras da história do Brasil e da humanidade”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também se pronunciou, declarando que “contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e soberania do país”.

Uso Indevido da Abin

As investigações da PF indicam que toda a estrutura da Abin foi utilizada pelo núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro para fins particulares. O objetivo seria investigar rivais políticos e beneficiar aliados do então presidente. A conclusão da PF é que a agência de inteligência foi utilizada para interesses pessoais, comprometendo sua integridade e missão institucional.

Declaração de Alexandre Ramagem

Alexandre Ramagem se manifestou nas redes sociais sobre o caso na manhã desta sexta-feira (12). Ele defendeu-se afirmando que as investigações desconsideram o objetivo final das operações e trazem conjecturas superficiais. Ramagem ressaltou que a aquisição do sistema first mile foi regular, com parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), e que sua gestão realizou os devidos controles, exonerando servidores e encaminhando possíveis desvios para a corregedoria.

Conclusão

A PF continua a apurar o uso indevido da Abin e a participação de seus membros em ações para interferir em investigações judiciais. As prisões e revelações feitas até agora destacam um possível uso político das estruturas de inteligência do Estado, levantando preocupações sobre a integridade das instituições brasileiras e o respeito aos direitos fundamentais.

Próximos Passos

O relatório da PF será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) para análise de possíveis crimes. As investigações continuam, e novas medidas poderão ser tomadas conforme a apuração e responsabilização dos envolvidos.

 

 

 

Vídeo: CNN Brasil

Senado Aprova Projeto que Amplia Licença-Paternidade para até 75 Dias

Artigo anterior

PF Identifica Questionamento de Policial Preso sobre Minuta Golpista de Bolsonaro

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Brasil