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Pessoas em situação de rua serão acolhidas em hotéis e pousadas com diárias pagas pela prefeitura durante o período chuvoso em Belo Horizonte. A iniciativa, ainda em fase de finalização do projeto, faz parte do plano emergencial que está sendo projetado pela Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e inclui ainda atendimento a pessoas que residem em áreas de risco e desabrigados em caso de desastres causados por temporais na capital. A informação foi revelada com exclusividade à reportagem de O TEMPO.

A temporada de chuva, iniciada em outubro e que deve se estender até março, expõe a riscos 5.344 pessoas que vivem em situação de rua na capital, segundo levantamento do Censo Pop Rua 2022, além de cerca de mil famílias que residem em áreas de risco na capital mineira, expostas a condições que favorecem a ocorrência de desastres, com mortes, além de perdas materiais e econômicas, conforme dados da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Para atender essa população, a prefeitura está montando estratégias emergenciais, conforme explica a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha.

“Começamos a visitar hotéis e pousadas. A ideia é firmar parceria público-privada com os estabelecimentos para que, em caso de necessidade, nós possamos alocar rapidamente os necessitados nos hotéis e custear a utilização”, afirma. Segundo ela, equipes estão realizando um levantamento de estabelecimentos que possam ser usados pela PBH em caso de desastres causados por chuvas. Nesta semana, ao menos três hotéis no hipercentro foram vistoriados e estão em fase de negociações para integrarem o projeto. De acordo com a secretária, estão sendo priorizados locais de hospedagem na região central da cidade.“Isso porque facilita o acesso dessas pessoas a locais de assistência à alimentação, saúde e também ao trabalho e educação”, pontua.

A secretária explica que a iniciativa é um “plano B” que se soma ao plano emergencial. “É uma iniciativa de demanda do prefeito Fuad Noman, que tem se mostrado preocupado com a intensidade das chuvas que atingiram algumas cidades do país. Por isso, através do Grupo de Gestão de Risco e Desastre (GGRD), o prefeito pediu que pensássemos em uma estratégia ampliada caso tenhamos chuvas além do esperado. A ideia é ter uma retaguarda montada em caso de maior demanda de abrigos para pessoas em áreas de risco”, explica.

Atualmente, BH possui na rede permanente 600 vagas em unidades de Casa de Passagem, que são usadas diariamente como pontos de apoio para dormitório, alimentação e realização de higiene pessoal. Segundo a PBH, a média de ocupação nos espaços é de 85%. Em períodos de chuva ou frio, o índice sobe para 95% e, em caso de 100% de ocupação, o número de vagas é ampliado. Além disso, a cidade tem 1400 vagas em repúblicas, onde as pessoas em vulnerabilidade social podem residir até se restabelecerem. A ocupação nos locais é de 100%, tendo em vista que há um trabalho da secretaria para remanejar famílias para as repúblicas assim que uma vaga fica disponível. A secretária explica que a nova medida, com vagas em hotéis, será implementada caso a demanda supere as vagas já existentes na cidade. “Caso caia uma chuva de madrugada e a Defesa Civil nos acione, poderemos acolher rapidamente os desabrigados”, garante.

Coordenadora da Pastoral de Rua, da Arquidiocese de BH, Claudenice Rodrigues Lopes elogia o projeto da PBH, mas ressalta pontos necessários para que ele possa de fato atender a todos. “É uma boa alternativa, ainda que temporária. Dormir uma boa noite de sono ajuda a ter maior disposição e até melhor saúde mental. Eu acredito que tenha adesão, já que um hotel, por exemplo, garante um pouco mais de privacidade do que os abrigos. Se forem quartos coletivos, às vezes não atenderia, mas atender casal e necessidades individuais pode dar certo. Até porque dormir em quartos com 20 e 30 pessoas e com banheiro público o risco de transmissão de doenças é grande”, afirma.

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