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Comuns na região central do Oceano Atlântico, as algas marrons conhecidas como sargaço têm se tornado um problema crescente em diversas regiões costeiras do mundo, incluindo o litoral norte do Brasil. Em grandes quantidades, essas algas afetam o turismo, prejudicam a biodiversidade local e até representam riscos à saúde humana devido aos gases liberados durante a decomposição.

Mas uma solução inovadora pode transformar esse problema ambiental em oportunidade. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma nova argila cerâmica mais leve que a convencionalmente usada na construção civil, utilizando o sargaço recolhido das praias como matéria-prima.

O sargaço, normalmente descartado em aterros sanitários sem aproveitamento, passa por um processo de secagem, trituração e incorporação à mistura cerâmica. O resultado é um material com menor densidade e potencial para ser usado em tijolos, telhas e outros elementos da construção.

Além de reduzir o impacto ambiental causado pelo acúmulo das algas, a iniciativa representa um avanço na busca por soluções sustentáveis e circulares para problemas ecológicos. Segundo os pesquisadores, a nova cerâmica também pode contribuir para a redução de custos no transporte e facilitar a manipulação dos materiais na obra.

A pesquisa ainda está em fase de testes e aprimoramento, mas abre caminho para o aproveitamento de resíduos orgânicos marinhos em larga escala, aliando ciência, inovação e preservação ambiental.

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