A Polícia Federal (PF) finalizou a perícia dos dois rosários árabes (masbaha) que integram os kits de joias recebidos como presentes pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo fontes próximas à investigação, cada rosário foi avaliado em cerca de R$ 300 mil. Esse montante será somado aos R$ 6,8 milhões de outras joias já submetidas ao inquérito. A perícia dos rosários encerrou-se na sexta-feira (5) e revelou que ambos contêm ouro e pedras de diamante.
Um dos kits, de ouro rosé, apresentou a marca suíça Chopard gravada, enquanto o outro, de ouro branco, não tem marca identificável, porém possui pedras de diamante com qualidade e rastreamento, segundo agentes da PF. Resta ainda a avaliação de seis outras joias não periciadas até o momento.
Na segunda-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo do inquérito das joias, que agora está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Esta tem 15 dias, a partir de 1º de agosto, para decidir se pede novas provas, arquiva o caso ou apresenta denúncia contra os indiciados.
A defesa de Bolsonaro declarou, em nota, que os presentes recebidos pela Presidência seguem um protocolo rigoroso de tratamento e catalogação, sem interferência do Chefe do Executivo. Os advogados criticaram o inquérito das joias como “insólito”, por focar exclusivamente no governo Bolsonaro, ignorando situações semelhantes em administrações anteriores.
Em resposta às acusações, a defesa enfatizou que Bolsonaro compareceu voluntariamente após ser notificado da necessidade de restituição dos bens e optou pela devolução dos mesmos. A PF indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no dia 4 deste mês, sob acusações de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
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