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Pouco mais de uma semana após as eleições presidenciais que consagraram Nicolás Maduro como vencedor, o opositor Edmundo González Urrutia se autoproclamou o novo presidente da Venezuela. Em um comunicado assinado também por María Corina Machado, líder da oposição, foi anunciado: “Vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.”

Embora o ato tenha sido amplamente divulgado, é considerado simbólico. A oposição, juntamente com uma parcela significativa da comunidade internacional, questiona os números apresentados e exige a divulgação das atas eleitorais. Segundo fontes da oposição venezuelana, a declaração de González Urrutia não deve ser interpretada como uma autoproclamação, mas como uma posição que visa contestar a legitimidade do resultado oficial.

“Se você tem um presidente eleito, que ganhou a eleição com os votos necessários [como afirma a oposição], o CNE deve proceder à proclamação”, explicou a especialista Janaína Figueiredo. “Se estamos falando de um presidente que venceu com votos, não se pode falar de um presidente autoproclamado.”

A controvérsia se amplia no cenário internacional. Em visita a Santiago, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a transparência no processo eleitoral venezuelano. Por outro lado, o presidente chileno Gabriel Boric, que já havia manifestado sua oposição ao resultado eleitoral, optou por não comentar o pleito. Lula destacou: “O respeito pela tolerância e soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados”, após uma conversa privada com Boric.

Adicionalmente, uma carta conjunta assinada por 30 ex-presidentes da América Latina e da Espanha foi endereçada a Lula, pedindo uma postura mais firme em defesa da democracia na região. No documento, os signatários afirmam que a soberania popular da Venezuela foi “usurpada” e que o verdadeiro vencedor das eleições seria González Urrutia. Notavelmente, nenhum brasileiro assinou a carta.

A situação continua a evoluir, e a comunidade internacional observa atentamente o desenrolar dos eventos na Venezuela, onde a disputa pela legitimidade eleitoral persiste.

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